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Uma das alternativas não-farmacológicas para o tratamento da depressão é a atividade física regular
Depressão e ansiedade são os transtornos mentais mais frequentes em brasileiros.
Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofram com a depressão.
Em casos mais graves, a depressão pode levar ao suicídio.
Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente e esta já é considerada a segunda principal causa de morte em jovens, ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito.
E os números de suicídio no país ainda são alarmantes: 32 brasileiros tiram a própria vida por dia, o equivalente a uma pessoa a cada 45 minutos.
Na esfera global, ocorre um suicídio a cada 40 segundos.
Dados da OMS revelam que mais de 90% dos casos de suicídio estão relacionados a distúrbios mentais, o que significa que é possível evitá-los se as causas forem tratadas de maneira correta.
Muitas pessoas emitem sinais de alerta antes de efetivamente tentarem o suicídio.
Esses sinais não devem ser interpretados como “chantagem emocional”, mas sim como alertas para o real risco de suicídio.
“Preocupação com a morte, falta de esperança, culpa em excesso e pensamentos negativos são os sinais mais comuns”, explica Renata Castro, especialista em clínica médica.
A expressão de ideias ou intenções suicidas, como o desejo de desaparecer ou de dormir e nunca mais acordar, também são sinais claros de potencial suicida.
“O isolamento (pessoal ou em redes sociais), a mudança de comportamento, o não comparecimento ao trabalho ou às atividades sociais também podem indicar o risco de suicídio”, completa Renata.
De acordo com o professor Michael Craig Miller, da Harvard Medical School, o tratamento para a depressão envolve psicoterapia e uso de medicamentos.
Uma das alternativas não-farmacológicas para o tratamento da depressão é a atividade física.
Em algumas pessoas, a prática regular de exercícios funciona tão bem quando os antidepressivos.
Veja os três principais motivos para incentivar a atividade física para pessoas com quadro depressivo, prática gratuita e que funciona como ferramenta de combate à doença.
1. Prática de exercícios e bem-estar: Os exercícios desencadeiam uma cascata biológica de eventos com diversos efeitos benéficos sobre a saúde, como melhor controle do diabetes e da hipertensão e redução do risco cardiovascular.
Exercícios realizados em alta intensidade liberam as endorfinas na corrente sanguínea, gerando sensação de bem-estar.
Exercícios de baixa intensidade realizados frequentemente liberam fatores de crescimentos neuronais, que criam novas conexões neurológicas.
A melhora da função cerebral faz com que nos sintamos melhor.
O hipocampo é a região cerebral que controla nosso humor e apresenta-se de tamanho reduzido em pessoas com depressão.
O exercício auxilia no aumento do hipocampo, melhorando suas conexões neurais e ajudando a melhorar os sintomas da depressão.
2. Pontapé na prática de exercícios para pacientes com depressão:
Se muitas pessoas sem depressão já relutam em se exercitar, começar uma atividade física é ainda mais difícil em pacientes com depressão.
A depressão, em geral, é acompanhada de distúrbios do sono, cansaço, alterações do apetite e até mesmo aumento da percepção de dor em diferentes partes do corpo.
É importante que o paciente tenha apoio para quebrar este ciclo de inatividade.
Começar aos poucos e com atividades que sejam prazerosas pode ser a chave para combater o sedentarismo em pacientes com depressão.
Aos poucos, cinco minutos se transformarão em 10, 15, 20 minutos.
Ainda não se sabe quanto tempo de atividade física é necessário para que o hipocampo sofra as alterações estruturais desejáveis, mas a maioria dos pacientes já exibe determinada melhora de sintomas após algumas semanas de atividade física regular.
3. Medicina do esporte como aliada: Vale lembrar que exercício não é vacina.
Assim como com os benefícios cardiovasculares, os benefícios psiquiátricos da atividade física só serão mantidos se o indivíduo continuar exercitando-se regularmente.
A medicina do esporte é uma grande aliada no início e manutenção de uma vida ativa.