Excesso de chuvas afeta produção de legumes e hortaliças da região

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de janeiro de 2018 às 22:32
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:31
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Choveu três vezes mais na 1ª semana de janeiro que o mesmo período de 2017 – preços sobem até 37% na Ceagesp

Agricultores da região de Ribeirão Preto e Franca reclamam que o excesso de chuva nas últimas semanas tem prejudicado a produção de legumes e hortaliças. O reflexo é a falta de produtos no mercado e a consequente alta nos preços.

Dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) apontam, por exemplo, que o preço da couve-flor subiu 37%, passando de R$ 1,67, em 11 de dezembro, para R$ 2,29, na última sexta-feira, 05 de janeiro.

Já o brócolis sofreu três aumentos consecutivos: em 30 de novembro, o quilo do vegetal custava R$ 2,50, depois passou para R$ 2,81, em 11 de dezembro, e, por fim, era vendido por R$ 3,13 na última sexta-feira, na unidade da Ceagesp em Ribeirão.

De acordo com o agricultor Odair Souza, “o excesso de chuva e muita umidade fazem apodrecer. Muitos pés apodrecem no canteiro, perde 40% da produção. Quando vem o sol forte, dá mais podridão ainda. A produção é mínima agora. A gente planta, mas produz muito pouco”, diz.

Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, só nos sete primeiros dias do ano o volume de chuva já é três vezes maior que no mesmo período de 2017. Até este último domingo, 07 de janeiro, o índice de precipitação foi de 131,5 milímetros – no ano passado era 42,3 milímetros.

Odair ainda comenta sobre o período e a plantação: “a couve-flor nessa época estraga demais. Ela foi plantada e no ponto de colher começou a melar. Estragou tudo, legumes em geral também. Couve-flor, brócolis, tudo. Nessa época de chuva, é difícil colher, a produção é muito difícil”, comenta.

Produtor de alimentos orgânicos, Max Edson de Lucca diz que perdeu um canteiro de alface por causa da chuva. Ao todo, 200 pés foram para o lixo. O agricultor afirma que o sol forte, em alguns períodos do dia, também acaba queimando as folhas. “Enquanto estiver chovendo, a gente não renova. Não tem jeito de trabalhar, de jeito nenhum. A terra tem que ficar granulada, bonitinha, macia, e uma vez muito encharcada, o trator joga pelota, é serviço perdido”, explica.

Em Brodowski, o comerciante Flávio Monteverde conta que está comprando verduras na Ceagesp para vender no varejão. Como o gasto é maior, ele foi obrigado a elevar o preço: o maço de alface, por exemplo, ficou R$ 0,50 mais caro nas últimas semanas. “Alface é um produto perecível, acaba estragando, falta no mercado e o preço sobe um pouco. Nossa produção não está vencendo. Estou comprando na Ceagesp e lá o preço também alterou”, diz.


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