Estudo vai mapear saúde no Brasil e criar ranking de eficiência do SUS

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de agosto de 2018 às 11:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:57
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Projeto de professora da USP em Ribeirão venceu prêmio em administração pública

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, é responsável por elaborar as diretrizes e princípios do SUS que os estados e municípios devem seguir. Implantado no Brasil em 1990, o sistema beneficia mais de 190 milhões de pessoas. 

“Mas acabou ocorrendo uma incapacidade gerencial. Em sua formulação, o programa foi muito elogiado nacionalmente e internacionalmente. Contudo, quanto à sua implementação, que ocorre de forma colaborativa, as críticas são muitas”, explica a professora Cláudia Souza Passador, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP.

Buscando entender como a regionalização influencia a gestão do SUS, a pesquisadora criou um projeto para traçar um mapa da saúde pública brasileira. Sua proposta foi uma das vencedoras do Programa de Cátedras Brasil, uma iniciativa da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), vinculada ao Ministério do Planejamento, voltada ao fomento de pesquisas e ao desenvolvimento de soluções inovadoras na área de gestão pública.

Professora Cláudia Souza Passador – Foto: Divulgação / FEA-RP

A proposta de Cláudia é analisar a eficiência no atendimento à saúde nas diferentes regiões do País. Utilizando o georreferenciamento, pretende estabelecer um ranking de classificação das melhores e piores gestões do SUS, por região.

Segundo Cláudia, a ideia é identificar e sistematizar recomendações para o fortalecimento do modelo de atenção de saúde, por meio de redes e regiões de saúde. “Mapear a saúde brasileira é de extrema importância. As regiões no Brasil são diversas e complexas, o que, de fato, contribui para falhas na qualidade das prestações dos serviços aos brasileiros. Compreender a regionalização é o grande desafio do momento para a organização do SUS. Somente assim o sistema de saúde se tornará eficiente e eficaz”, afirma.

Para o estudo, diz Cláudia, serão utilizados dados que estejam disponíveis para a maioria das regiões brasileiras, tratados e cuidados por instituições confiáveis e que estejam disponíveis em forma bruta. “Quando se fala em indicador de resultados, optamos por escolher a quantidade de óbitos por causas evitáveis de pessoas entre 5 e 74 anos, segundo a própria cidade da residência. Ainda serão considerados os gastos de cada região, pois todos os municípios devem ser beneficiados com o sistema de saúde”, diz.

De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2013, o Sistema Único de Saúde conta com 6,1 mil hospitais credenciados, 45 mil unidades de atenção primária e realiza 2,8 bilhões de procedimentos ambulatoriais por ano. Anualmente são realizados 19 mil transplantes, 236 mil cirurgias cardíacas, 9,7 milhões de procedimentos de quimioterapia e radioterapia e 11 milhões de internações.

O projeto desenvolvido pela professora Cláudia está vinculado às pesquisas do Centro de Estudos e Gestão Pública Contemporâneas (GPublic), coordenado pela pesquisadora e também ao Instituto de Estudos Avançados da USP – Polo Ribeirão Preto (IEA-RP).


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