Estudantes têm ajuda de bichos de estimação para fugir do estresse

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de maio de 2018 às 01:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:44
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Cachorros, gatos e até porquinhos-da-índia são a nova sensação entre alunos estressados na Inglaterra

Porquinhos-da-índia que ajudam
a relaxar, um gato de três pernas e diversos cachorros agora são
“funcionários” da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

Os bichinhos ajudam os estudantes na época das provas –
passar um tempo com os animais ajuda a diminuir o estresse trazido pelos dos
exames e melhora o desempenho nas avaliações.

No projeto, funcionários de diversas faculdades da
universidade adotaram animais para que eles fiquem em contato com os
estudantes.

Alunos podem tomar um chá com Jasper, o gato malhado, ou
levar os cachorros para passear.

A universidade diz que os animais demonstram ficar
felizes ao ajudar alunos estressados ou com saudade de seus próprios bichinhos
de estimação – já que os estudantes da universidade costumam morar no próprio
campus.

A iniciativa tem funcionado,
mesmo que os bichos às vezes demonstrem alguma teimosia – como provou a
cachorra Twiglet, que deu uma voltinha com seu “paciente” e depois se
recusou a se mexer, provando que o trabalho de ser um “cão relaxante”
não era pra ela.

O gato Jasper, que não tem uma perna, mora na biblioteca
da faculdade de economia há anos. Ele é o “anfitrião” do evento
“Chá com Jasper”, que às vezes atrai mais de 100 pessoas.

Já a faculdade Lucy Cavendish
adotou quatro porquinhos-da-índia, que também são um sucesso entre os alunos.
Eles podem brincar com os bichinhos no jardim. “É muito bom cuidar deles,
eles nos distraem das provas”, diz a estudante Laura McClintock.

O cocker spaniel inglês Jack
também faz parte da equipe de “funcionários” animais, e sua agenda de
passeios está sempre cheia.

A aluna Nina Jeffs diz que levá-lo para passear foi
“como voltar para casa” e ajudou-a a relaxar.

Saúde mental

Para Stephen Buckley, da entidade Mind, que promove saúde mental, se
conectar com a natureza através do cuidado com animais traz uma série de
benefícios para a saúde.

“Brincar com um bichinho, levar um cachorro para passear ou cuidar
de um gato são coisas que ajudam a atenuar uma série de problemas de saúde
mental. Ajuda os alunos a se desligar das pressões do dia a dia, a ficar com a
mente mais leve e com menos estresse”, afirma.

A Universidade de Cambridge não é a única instituição inglesa que tem um
programa de convivência com animais de estimação.

A Universidade de Huddersfield tem uma “sala dos filhotes”
onde estudantes podem passar tempo com uma dupla de cães treinados para
terapia. Já a Universidade Aberystwyth leva os cães de um centro de acolhida de
bichos abandonados para passear no campus e brincar com os alunos. A
Universidade de Bath disponibiliza até patos e cabras para os estudantes
interagirem.

A ong “Pets as
Therapy” (Animais como Terapia) promove visitas terapêuticas de bichos a
diversas instituições, incluindo hospitais e universidades. Eles afirmam que a
época de provas coloca uma pressão enorme dos estudantes e que os bichos ajudam
a lidar com a tristeza e a ansiedade, permitindo que os alunos consigam
racionalizar a situação.

A entidade diz que pesquisas conduzidas com a
Universidade de Lincoln sobre a interação entre animais de estimação e pessoas
mostra que “alunos recebendo visita de bichinhos tinham um nível de
cortisol (hormônio do estresse) bem mais baixo.”

A faculdade Santa Catarina, na
Universidade de Cambridge, tem o caõzinho Toby justamente para isso.

No entanto, a tentativa da faculdade Sidney Sussex de
implementar o projeto não deu muito certo.

A jack russell terrier Twiglet deu apenas uma voltinha
com alunos e depois se sentou e não quis mais se mexer – provando que ser um
cão de serviço não era para ela.

O jornal da faculdade disse que o cachorro estava muito
estressado para a função e que foi “aposentado” depois de apenas um
dia.

A Universidade diz que todos os bichos são muito bem
tratados e que “Twiglet não está estressada, está perfeitamente bem. A
pior coisa que pode ser dita sobre ela é que tem muita vontade própria.”

Treinadores
dizem que nem todos os cães tem uma personalidade que se adapta a esse tipo de
serviço.


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