Estudante poderá escolher área a ser avaliada no segundo dia do Enem

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de novembro de 2018 às 14:21
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:10
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Exame não apresentará mudanças em 2019 – as novas regras estão previstas para entrar em vigor em 2021

Os estudantes inscritos
no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão escolher qual avaliação farão
no segundo dia do teste. No primeiro dia, será cobrado o conteúdo comum
ensinado a todos os estudantes do país.

O novo modelo foi
apresentado nesta terça-feira, 20 de novembro, pelo ministro da Educação,
Rossieli Soares. O exame, no entanto, não será mudado no ano que vem, o que
deve ocorrer em 2021.

As mudanças são
necessárias para adequar o Enem ao novo ensino médio, cuja lei foi aprovada em
2017.

Pela nova lei, os
estudantes passarão por uma formação comum a todo o país, definida pela chamada
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que ainda está em discussão no Conselho
Nacional de Educação (CNE), e por uma formação específica, que poderá ser em
linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino
técnico.

O Enem seguirá o mesmo modelo. No primeiro dia, será cobrada a
BNCC e, no segundo, o estudante será avaliado de acordo com o itinerário
escolhido. “O Enem tem que ser reflexo do ensino médio que a gente deseja. Se
vai ter flexibilidade, o itinerário não é só aprofundamento, são caminhos
diferenciados, tem que fazer avaliação desses itinerários”, disse Rossieli
Soares.

As mudanças no Enem estão previstas nas novas Diretrizes
Curriculares Nacionais do ensino médio, homologadas nesta terça-feira pelo
ministro.

Para entrar em prática, no entanto, é preciso que a BNCC seja
aprovada pelo CNE. O Ministério da Educação (MEC) pretende ver a Base Nacional
Curricular aprovada ainda este ano, mas isso depender da agenda do CNE.

Questionado sobre a possibilidade de as mudanças previstas no
Enem não serem implementadas no próximo governo, o ministro Rossieli Soares
disse que, para isso, o novo presidente teria que mudar as normas vigentes.
“Cabe ao novo governo avaliar e implementar as políticas, mas o que é normal é
que deve ser cumprido, a não ser que ele mexa na norma. As diretrizes são
normas que estarão vigentes para o Brasil, então, deverão ser seguidas em todo
o Brasil”, afirmou o ministro.

Ele ressaltou que muito da implementação do novo ensino médio
caberá ao novo governo, que terá que cuidar da escolha dos livros didáticos, da
formação de professores e de novas avaliações da etapa. “A construção da matriz
de avaliação, a construção real do Enem e do novo Enem caberá ao novo governo,
que deverá, nos primeiros anos fazer uma série de construções.”

Até o fim do ano, o governo deve definir os referenciais que
serão usados pelas as escolas e as redes de ensino na oferta dos itinerários
formativos. Pelas novas diretrizes, os itinerários deverão estar organizados,
cada um deles seguindo os seguintes requisitos: investigação científica,
processos criativos, mediação e intervenção sociocultural e empreendedorismo.
Cada município deverá ofertar pelo menos dois itinerários em áreas distintas
para que os estudantes possam escolher.


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