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Uma pesquisa divulgada pela Reuters nesta terça-feira, mostrou que a economia
brasileira praticamente não cresceu no segundo trimestre. Além disso,
o investimento se manteve perto das mínimas em uma década, sinal de que o
crescimento deve ser bastante gradual daqui para frente.
Isso ilustra como há espaço tanto para decepção quanto para alívio quando os
números oficiais forem divulgados amanhã às 9:00 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Será o segundo trimestre consecutivo de
expansão, embora ainda pequena, interrompendo oito declínios seguidos.
Em termos anuais, o PIB provavelmente ficou estável, comparado à contração
de 0,4% no primeiro trimestre, de acordo com a pesquisa. As estimativas
variaram entre queda de 0,5% e expansão de 0,6%.
O economista-chefe do banco J. Safra, Carlos Kawall, disse ver sinais de
retomada “mais consistente” da atividade econômica apesar do número cheio
decepcionante. O PIB desmoronou 8 por cento entre o quarto trimestre de 2014 e
o fim de 2016, na recessão mais profunda desde o início da série histórica em
1901.
A inflação, que chegou a disparar a dois dígitos, caiu ao menor nível em
oito anos, abrindo o caminho para o Banco Central reduzir a Selic em 5 pontos
percentuais desde outubro, reduzindo os custos dos empréstimos e alimentando o
consumo. Segundo economistas, os cortes de juros parecem finalmente parece
estar dando resultados.
Nas últimas semanas, casas incluindo o JPMorgan e o Itaú, melhoraram suas
projeções de PIB após vários indicadores econômicos –desde vendas no varejo e
atividade econômica até o emprego– surpreenderem positivamente.
Mas as empresas provavelmente ainda hesitam em investir, sofrendo com dívida
alta e excesso de capacidade. A formação bruta de capital fixo atingiu o menor
nível em uma década no primeiro trimestre e economistas disseram que uma
recuperação não virá tão cedo.
O presidente Michel Temer tem levado a cabo um amplo programa de
privatizações, além de reformas regulatórias. Os poucos esforços para cortar os
gastos do governo, no entanto, provavelmente dificultarão o crescimento no
curto prazo.
Dúvidas sobre a capacidade de Temer de angariar apoio a novas reformas
estruturais vêm crescendo, diante de baixíssimas taxas de popularidade em meio
a escândalos de corrupção. Neste mês, o governo afrouxou suas metas fiscais
para todos os anos até 2020 após parlamentares se recusarem a apoiar a criação
de novos impostos.
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*Esta coluna é semanal e atualizada às sextas-feiras.