Estado de São Paulo possui mais de 1650 obras paralisadas e atrasadas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de abril de 2019 às 08:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:29
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Estado tem quase R$ 50 bilhões investidos em obras que não produzem nenhum benefício

O Estado de São Paulo possui mais de 1650 obras paralisadas ou atrasadas. 

Os números fazem parte de um estudo realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) e apontam que o montante de recursos públicos envolvidos, entre obras nos municípios e de competência do Estado, ultrapassa o valor de R$ 49 bilhões (clique para fazer download do relatório).

Entre os meses de fevereiro e março deste ano, foram consultados 4.474 órgãos jurisdicionados – nos municípios e Estado – que informaram que, no quadro atual, foram computadas 1.677 obras paralisadas ou atrasadas, totalizando um investimento de R$ 49.644.569.322,13. 

Do total, 317 são de responsabilidade do governo do Estado e possuem um valor médio de R$ 145.272.295,50. 

Entre os 5 maiores contratos estão ajustes promovidos por meio da Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRO) com a execução de serviços para implantação das Linha 6-Laranja, Linha 15-Prata, Linha 2-Verde e Linha 17-Ouro. 

O relatório aponta um total de 1.360 obras nos municípios paulistas com valor médio de R$ 2.642.096,80. 

Entre os principais empreendimentos estão a realização de obras de canalização de córregos, urbanização de assentamentos precários e construção do Hospital de Urgência, todas localizadas em São Bernardo do Campo, serviços de infraestrutura em Osasco e construção de Estação de Tratamento de Esgoto em Bauru.

Do total, 42,28% utiliza recursos oriundos de financiamentos estabelecidos por meio de convênios com a União. 

Um percentual de 31,66% dos investimentos tem como principal fonte de recursos o Tesouro do Estado enquanto que 22,96% dos empreendimentos são realizados com recursos próprios da Administração.

Em relação à classificação do tipo de obra, 24,39% da amostra se refere à obras da área de Educação (Universidades, Faculdades, Escolas e similares); 22,24% são relativos á infraestrutura de equipamentos urbanos; 18,07% ligados à contratações para fins de mobilidade urbana; 11,75 % são referentes à área da Saúde (hospital, posto de saúde, UBS, CAPS), e 6,2% destinados para a Habitação.

CNJ

Parte do estudo, que traz uma análise segmentada que relaciona 219 obras que estão sendo realizadas ao longo dos últimos 10 (dez) anos e com valores superiores a R$ 1,5 milhão, foi encaminhada para o Conselho Nacional de Justiça (acesse a íntegra do relatório). 

Somados os valores contratuais atingem a cifra de 35.680.415,10. Dessa amostra, 65 empreendimentos são de responsabilidade do Estado (R$ 528.078.409,20) e 154 estão localizadas nos municípios (R$ 20.851.067,68).

O órgão, juntamente com as Cortes de Contas e Poder Judiciário, pretende identificar e dar prioridade à solução dos processos que possam destravar os investimentos e permitir a retomada dos projetos.

Para o encaminhamento dos dados ao CNJ, o TCE, a exemplo das demais Cortes de Contas, seguiu um modelo de planilha padronizado, que lista todos os empreendimentos públicos em envolvem projetos de infraestrutura, mobilidade, dos segmentos da Educação e Saúde, de Habitação, entre outros. 

As informações serão encaminhadas ao Departamento de Gestão Estratégica e ao Departamento de Pesquisas Judiciárias, ambos ligados ao CNJ.

Após a elaboração do diagnóstico, o propósito é uma interlocução com representantes dos órgãos envolvidos – Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Ministério Público e Procuradorias dos Estados e Prefeituras. 

A finalidade é buscar a solução das pendências e remover os entraves que determinaram a suspensão dos empreendimentos.


+ Política