Esquizofrenia: tratamento de ação prolongada é aprovado pela Anvisa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de maio de 2019 às 23:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:32
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

A nova versão do medicamento tem posologia trimestral, ou seja, a injeção precisa ser aplicada a cada 3 meses

Um
medicamento de ação prolongada contra a esquizofrenia acaba de ser aprovado
pela Anvisa.

O
palmitato de paliperidona trimestral é a primeira injeção que requer apenas
quatro doses ao ano para o tratamento da doença.

A
ação prolongada é importante, já que pesquisas apontam que uma das principais
causas de recaída entre 80% dos pacientes durante os cinco primeiros anos é a
baixa adesão ao tratamento.

Espera-se
que o palmitato
de paliperidona aumente a adesão ao tratamento, previna
recaídas e melhore a qualidade de vida do paciente.

O
palmitato de paliperidona já estava disponível em forma de injeção mensal.

A
nova medicação é indicada para pacientes adultos que já tenham sido tratados
com a injeção mensal por, no mínimo, quatro meses. A aplicação do medicamento
deve ser feita por profissionais de saúde em hospitais, clínicas e hospital
dia.

Estudos
clínicos mostram que o Invega Trinza (nome comercial do palmitato de
paliperidona trimestral) é seguro – assim como a versão oral e a injeção
mensal. Os efeitos colaterais mais comuns são reação no local da injeção,
aumento de peso e dor de cabeça.

Estudo
publicado este ano ainda apontou que mais de 90% dos pacientes que utilizaram o
novo medicamento não tiveram recaída ao longo de um ano e meio.

Embora tenha sido aprovado pela Anvisa, o medicamento só estará
disponível para compra depois de receber aprovação de preço pela Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o que deve acontecer dentro dos
próximos três meses, de acordo com a Janssen.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno mental que atinge
cerca de 23 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são pelo menos 2 milhões de
pacientes diagnosticados com a doença, cujos sintomas incluem alucinações (ouvir, ver ou sentir coisas que não existem) e delírios
(falsa crença ou suspeita mesmo quando há provas do contrário) .
Outros sintomas comuns são distorções no pensamento, emoções,
comportamento, linguagem e percepção. 

Apesar
da disponibilidade de tratamento, muitos pacientes deixam de aderir a ele
devido à quantidade de medicação diária: são até 6 comprimidos por dia, segundo
especialistas. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), a esquizofrenia – também
conhecida como distúrbio da mente dividida – é uma das principais causas de
incapacidade em todo o mundo. 

Informações apontam que a esquizofrenia pode começar
com uma simples apatia que surge entre o final da adolescência e o início da
vida adulta (18 a 30 anos). 

Segundo especialistas, alguns sinais devem colocar
as pessoas em estado de atenção: dificuldade no aprendizado desde a infância,
apatia, pouca vontade de trabalhar, estudar ou participar de interações
sociais; falta de reação a situações que demandam emoções (felicidade e
tristeza, por exemplo), surgimento de vozes na cabeça e outras alterações nos
órgãos sensoriais; e mania de perseguição injustificada.


+ Saúde