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Para especialista, a técnica inibe o desempenho e gera um tipo de conteúdo sem raciocínio lógico,
O Inep, órgão do Mec (Ministério da Educação)
responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio, descobriu
recentemente que uma redação nota mil no Enem 2016 trazia trechos copiados
de outras duas redações.
O assunto gerou grande debate entre educadores,
estudantes e ecoou através das redes sociais.
A posição oficial do Inep foi
dada pela professora Maria Inês Fini, presidente do instituto, que lamentou o
episódio e julgou a atitude “como um desrespeito aos jovens e adultos
ainda em formação”.
Na visão de especialistas em vestibulares, o fato vem confirmar as famosas fórmulas prontas de redações que
muitas escolas e cursinhos utilizam como álibi.
Para o professor Luiz Cláudio Jubilato, do Criar
Redação – sistema de ensino de língua portuguesa – com unidades e
franquias nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, com mais de 25 anos de
atuação no ensino de Língua Portuguesa e Redação, a prática é um engodo e uma
ameaça à formação dos alunos – que na ótica dele – “são futuros
profissionais em busca do mais fácil. O vestibular mais fácil, cópia, ao invés
do exercício do raciocínio, o que é mais fácil. O problema é a
consequente vida profissional nada fácil”, afirma.
O educador alerta que hoje, no cenário brasileiro,
muitas escolas de ensino médio já optam a coibir a prática do modelo de
redação.
Ele ressalta que este tipo de redação já ficou conhecida como Frankenstein. O “método” não exige nenhum esforço profissional dos
professores que o praticam, porque dizem que o objetivo é facilitar a vida dos
candidatos aos vestibulares, no entanto ela acaba engessando os estudantes e
nivela por baixo os candidatos, que confundem “decoreba” com
“repertório cultural” e “citação” com argumentação..
Jubilato relata que assim que alguns textos plagiados
caíram nas redes sociais, alunos prejudicados por essa prática identificaram a
fraude.
“O que percebemos é que muitos vestibulandos, nem sabem o
risco que correm ao se entregarem a esse tipo de prática, no entanto os que acompanharam
as reportagens começaram a ter medo das consequências, pois o Inep prometeu que
haverá punições para quem fizer uso de cópia de redação, acrescenta.
O órgão,
que considerou a atitude do estudante como plágio, ainda não se posicionou
sobre quais medidas pretende que pretende tomar.
Para o professor, o uso da redação modelo como
proposta de formação de vestibulandos é um retrato da baixa qualidade do
ensino, da baixa formação dos estudantes e enfatiza o subdesenvolvimento do
Brasil, que de acordo com o especialista, começa nas questões que envolvem
raciocínio e ética.
“Numa competição acirrada, como é a do vestibular,
fica mais fácil dar um “jeitinho” do que se preparar”, lamenta.