Entregador que sofreu injúria racial é contratado por agência de publicidade

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 15 de agosto de 2020 às 13:00
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:06
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Matheus Pires Barbosa fez o anúncio em sua conta da rede social Instagram e começa a trabalhar na segunda

Matheus anuncia a contratação e marca patrão Rapha Avellar no Instagram

Matheus Pires Barbosa, o entregador que trabalhava para aplicativos de serviços de alimentação e sofreu injúria racial em um condomínio de casas em Valinhos (SP), foi contratado por uma agência de publicidade.

O anúncio foi feito em sua conta da rede social Instagram. Na postagem, o jovem marca o empreendedor e influenciador digital, Rapha Avellar, dono da empresa. Logo em seguida, Avellar publicou em sua própria conta “Seja bem vindo”. 

Em nota, a empresa afirmou que Matheus Pires começa a trabalhar na próxima segunda-feira (17), e que atuará “ao lado da equipe de criação da agência, mas especificamente na função de editor de vídeos”.

Internautas também se mobilizam e criaram uma ‘vaquinha’ on-line para ajudar Matheus. Na sexta-feira (14), a ação já contava com 3.853 apoiadores e havia arrecadado R$ 206,2 mil. Segundo os organizadores, o objetivo é auxiliar na compra de uma casa e nos investimentos de seus estudos futuros.

Um vídeo com Matheus Pires Barbosa sendo agredido por ofensas racistas foi divulgado na internet no dia 7 de agosto. O caso aconteceu no dia 31 de julho, no bairro Chácaras Silvania. No registro, o agressor diz que ele tem “inveja disso aqui”, apontando para a própria pele.

Durante a discussão, o rapaz ainda ofende o entregador, o chamando de “semianalfabeto”; repete que ele tem inveja da vida que as pessoas que moram no condomínio dele têm; e diz que o profissional não tem onde morar nem “nunca vai ter” nada do que ele estava mencionando. O vídeo foi gravado por um vizinho.

O pai do agressor informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que o filho tem esquizofrenia e que, “se instado, responderá na instância devida”. De acordo com o boletim de ocorrência, ele comprovou o tratamento de saúde mental do filho.

A Polícia Civil já fez o pedido para análise judicial sobre a necessidade de avaliação da sanidade mental de homem que humilhou motoboy, mas ainda não recebeu o retorno do juiz. Se for determinada perícia nesse sentido, novos exames serão feitos no agressor. O prazo para o resultado pode chegar a 45 dias.


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