Entre as que mais geraram empregos em SP, região de Ribeirão Preto recua

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de abril de 2019 às 21:10
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:31
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Saldo de março em Franca é o pior da série histórica do Caged: geração de 589 vagas de trabalho

Mesmo entre os dez municípios
que mais geraram emprego no estado de São Paulo, no primeiro trimestre do ano,
Franca, Ribeirão Preto e Pontal abriram menos vagas em relação ao mesmo período
de 2018, segundo dados do Ministério da Economia.

Maior cidade da região,
Ribeirão abriu entre janeiro e março 1.316 postos de trabalho, queda de 34% em
relação ao ano passado, quando 2.122 vagas haviam sido abertas.

O comércio foi o principal
responsável pelo resultado, com saldo de 551 demissões. “Quando a gente começa
a ter um número muito grande de demissões, a gente teme pelo fato de que, na
sequência, as empresas possam vir a fechar”, diz Marcelo Buosi, economista do
Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp).

Apenas em março, o comércio
de Ribeirão fechou 184 vagas de trabalho. No mesmo mês de 2018 haviam sido 16
postos a menos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados
(Caged). “Contrata fortemente no final do ano para se preparar para o Natal e
acaba demitindo no início do ano. Existe uma dinâmica. Agora toda redução é
preocupante uma vez que tendo menor número de empregados, acaba tendo menos
consumidores”, completa Buosi.

Na indústria, a redução no primeiro
trimestre chegou a 61%: 154 vagas foram abertas até março, mas no ano passado
haviam sido 403. O mesmo cenário ocorreu na construção civil, que abriu 83
postos de trabalho, ante 172 entre janeiro e março de 2018.

O armador Vagner Aparecido da
Costa contou que está desempregado há meses e busca se recolocar no mercado de
trabalho. Ele esteve com a mulher, também desempregada, no Posto de Atendimento
ao Trabalhador (PAT). “Eu mexo com ferragens e tenho pretensão de entrar em uma
empresa de armação. O salário é por volta de R$ 2 mil, R$ 2,5 mil. Mas, se
pagar menos eu trabalho mesmo assim. Preciso trabalhar, preciso de serviço, não
posso escolher muito”, disse.

Até o setor de serviços, que
mais abriu vagas no primeiro trimestre, apresenta recuo em relação ao ano
passado. Até março, o setor gerou 1.635 postos de trabalho, contra 1.738 no
mesmo período de 2017 – queda de 5,9%. “Eu aceito vaga de limpeza, ajudante de
cozinha, tanto faz, não tenho muita preferência. Acredito que o salário seja
melhor do que em Minas Gerais, porque lá o negócio está feio. Salário é o de
menos, o importante é trabalhar”, afirmou Daiane Rezende. 

Franca e Pontal

Atrás da capital paulista, Franca é a cidade que mais gerou
empregos no primeiro trimestre, segundo dados do Caged. Entretanto, os 4.363
postos de trabalho abertos representam queda de 21% em relação ao mesmo período
de 2018, quando foram gerados 5.521 empregos.

O saldo de março,
especificamente, é o pior da série histórica: geração de 589 postos de
trabalho, queda de 25,3% em relação ao ano passado. Apesar de ainda ser a
principal atividade econômica, a indústria é o setor que apresenta maior
retração ao longo do período.

Entre janeiro e março, a
indústria gerou 3.605 vagas de emprego, queda de 15,8% em relação a 2017,
quando 4.282 postos foram abertos. Apenas em março, a diminuição é de 35%, com
geração de 457 empregos, ante 708 no mesmo período do ano passado.

O cenário é semelhante em
Pontal, que encerrou o trimestre com 1.025 novas vagas, ante 1.322 no mesmo
período de 2017 – redução de 22,4%. No comparativo com o ano retrasado, a queda
é de 28%. Até março de 2017 haviam sido gerados 1.440 postos de trabalho.

A maior retração no período
no município também foi registrada na indústria: o número de postos de trabalho
passou de 501, no primeiro trimestre do ano passado, para 468, no mesmo período
desse ano, ainda de acordo com dados do Caged.

A administração pública, por
outro lado, gerou mais vagas de emprego. Até março, a Prefeitura abriu 310
postos de trabalho, contra 282 no ano passado – aumento de 10%.


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