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Clássica na baladas, combinação traz riscos à saúde e aumenta índice de acidentes e dependência
Vodca ou uísque com energético já viraram um clássico das baladas, mas pode ser uma bomba para os adolescentes e também adultos. A combinação, à primeira vista, pode parecer boa, já que o energético, além de mascarar o sabor das outras bebidas, dá mais energia para curtir a festa. Mas não é bem isso o que acontece.
Pesquisadores da Universidade Purdue, em Indiana, EUA, fizeram testes com os cérebros de ratos adolescentes (já que não poderiam fazer o mesmo com humanos) e observaram mudanças químicas em suas massas encefálicas muito parecidas com os efeitos da cocaína.
Uma lata de energético pode ter até 10 vezes mais cafeína do que um refrigerante comum – e costuma ser procurada por adolescentes para curtir uma noitada. Já se sabia que os jovens que consumiam energético (mesmo sem misturá-lo com outras bebidas) têm mais chance de virarem consumidores de álcool quando adultos. Mas, quando o energético é tomado com álcool ainda durante a adolescência, o centro de recompensas do cérebro é alterado – e os jovens sentem mais dificuldade em lidar com substâncias prazerosas. Os efeitos podem durar até a vida adulta.
A cafeína e a taurina, estimulantes presentes nos energéticos, disfarçam os efeitos do álcool, ou seja, ocultam a sensação depressiva do álcool. Esse efeito aumenta o risco de intoxicação e inclusive de morte por excesso de álcool, já que a pessoa não tem noção do quanto já bebeu, como informa Arthur Guerra de Andrade, coordenador do Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês, presidente executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), além de psiquiatra e especialista em dependência química.
Os ratos que tomaram álcool com energético se tornaram muito mais ativos (como era de se esperar) e seus cérebros foram inundados pela proteína ΔFosB, típica de quem abusa da cocaína ou da morfina. Quando adultos, os ratinhos se tornaram muito mais resistentes à sensação de prazer da cocaína – o que pode indicar que eles procurariam doses maiores da droga.
Tudo indica que as duas substâncias misturadas causam mudanças de comportamento e na neuroquímica do cérebroEm contrapartida, o mesmo estudo aponta que, ao ingerir uma das duas bebidas em separado não causa os mesmos efeitos.