Empréstimos a estados e municípios vão exigir de bancos mais reservas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 12:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:33
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Para cada R$ 100 emprestados, bancos devem reservar capital adicional entre R$ 8,50 e R$ 11

Bancos
que emprestarem recursos para estados e municípios usando receitas de
repartição de impostos como garantia terão de reservar mais dinheiro para
cobrir eventuais perdas nessas operações. A obrigação consta de norma publicada
na última quinta-feira, 08 de fevereiro, pelo Banco Central (BC).

De acordo com o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, o valor que
precisará ser reservado variará conforme o banco e o tipo de operação de
crédito. Ele, no entanto, estima que, para cada R$ 100 emprestados, o banco
terá de reservar um capital adicional entre R$ 8,50 e R$ 11.

A
exigência vale para operações que tenham como garantia repasses do Imposto de
Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para governos estaduais e
prefeituras por meio dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos
Municípios (FPM). Nessas linhas de crédito, o que a União tem a transferir é
usado para cobrir eventuais calotes dos governos locais.

De
acordo com Damaso, os empréstimos e financiamentos nessa modalidade têm maior
risco porque, caso a estimativa de arrecadação não se confirme em momentos de
crise econômica, o banco pode deixar de receber as garantias. Segundo o BC, a decisão
foi tomada por precaução porque o índice de inadimplência nesse tipo de
operação de crédito corresponde a apenas 0,01%.


duas semanas, a Caixa Econômica Federal suspendeu a concessão de crédito a
estados e municípios. Na ocasião, o banco informou que a decisão ocorreu por
causa do novo plano de capitalização da instituição financeira, que estabeleceu
corte de despesas e ajuste nos processos de alocação de capital e descartou a
possibilidade de a Caixa usar o socorro de R$ 15 bilhões do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) para aumentar o capital.

A
partir de 2019, os padrões internacionais de segurança bancária se tornarão
mais rígidos para impedir que bancos quebrem, como na crise financeira de 2008.
Para cada R$ 100 que emprestar, um banco precisará ter de R$ 10,50 a R$ 13 como
patrimônio de referência para atender aos requisitos de capital mínimo.


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