Em mais de 27 anos como deputado, Engler não consegue voos pra Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de setembro de 2018 às 02:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Embora tenha uma população de 350 mil pessoas, ex-tucano não teve força política e influência suficientes

Franca tem um grande aeroporto desde fevereiro de 1977​, o “Tenente Lund Presotto”. O local conta com uma boa estrutura, com 1,4 mil metros quadrados na área de embarque, 120 vagas para estacionamento, sete hangares, uma pista adequada até mesmo para grandes aviões e uma população de 350 mil pessoas – muitas delas viajam de avião. 

Os Boeings ou Airbus da Presidência da República já desceram em Franca inúmeras vezes.

Mas o que falta no aeroporto de Franca é justamente este detalhe: avião. Franca não possui linhas regulares há anos e toda vez que a população precisa se deslocar, a passeio, viagem ou qualquer outro motivo, é preciso ir até os aeroportos Leite Lopes, em Ribeirão Preto, ou Viracopos, em Campinas.

A administração do aeroporto é do DAESP – Departamento Aeroportuário do Estado de São Paulo – órgão que regulamenta e controla o serviço em Franca. 

Embora não tenha como agir diretamente, um deputado estadual pode interferir nesta questão e intermediar a vinda de voos para a cidade.

Roberto Engler é deputado estadual por Franca desde março de 1991. Mas, simplesmente não teve força ou vontade política para incluir o aeroporto na rota de companhias que fazem voos regulares regionais.

Até Adermis Marini que foi deputado federal por apenas sete meses se empenhou muito mais para dotar os francanos de opções de linhas aéreas.

Por um tempo, a Passaredo manteve voos para Brasília e São Paulo, mas logo deixou a cidade, apesar da demanda do mercado local. 

Agora, há planos da Azul Linhas Aéreas de se estabelecer em Franca, mas por iniciativa própria, porque nenhum dos casos, pelo que se sabe, houve articulação de Roberto Engler.

Outro ponto interessante é que, nos 27 anos como deputado, Roberto Engler foi do PSDB, partido que, logo depois de Luiz Antonio Fleury Filho, assumiu o Governo do Estado com Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. Portanto, tinha o governo ao seu lado.

Há poucos meses, Engler, sem espaço dentro do PSDB e com menos chances de eleições por aquela legenda, migrou para o PSB, do atual governador Márcio França. 

Mesmo com Márcio França, que tem grande simpatia por Franca, é pouca a probabilidade que Roberto Engler faça algo para resolver o problema: o deputado, hoje no PSB, está mais preocupado com novas promessas e em indicar os aliados para cargos.

O deputado apareceu nos holofotes quando o governo paulista investiu em melhorias na infraestrutura do aeroporto. O que faltou, porém, foi lembrar de trazer as companhias aéreas e os aviões. 

Isso passa por vários fatores, mas a influência e articulação política fazem – é inegável – a diferença entre a cidade estar “na rota” ou fora dos planos dessas empresas.


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