Em busca de otimizar espaços, cozinhas passam a ter formato de corredor

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  • Publicado em 20 de outubro de 2016 às 19:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:59
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Por conta disso, procura por projetos de ambientes planejados aumentou de forma significativa em Franca

Com imóveis cada vez menores, otimização dos espaços se tornou imprescindível

​Nos últimos anos, a cozinha se transformou no ambiente perfeito para receber familiares e amigos. Por isso, muitas pessoas desejam que esse lugar seja amplo e espaçoso. Mas querer nem sempre é poder, principalmente por conta da realidade que aponta uma tendência de imóveis cada vez mais compactos, o que vem transformando as cozinhas em verdadeiros corredores. Nos apartamentos, é muito comum que as cozinhas tenham um formato minúsculo. É aí que vale cada centímetro, cada segredo de aproveitamento. Você pode encontrar em apartamentos de três quartos, com até 130 m², cozinhas estreitas como opção de economia de espaço. “Nestes casos, o fundamental é projetar bem os armários e pensar na marcenaria, de maneira que fique funcional, sem atravancar o ambiente”, observa a arquiteta Ana Maria Silveira Borges.

Por conta disso, a procura por projetos de ambientes planejados sob medida tem aumentado de forma significativa em Franca. Que o dia Elizângela Ferreira Andrian, uma das diretoras da Jafer Móveis Planejados. “As pessoas nos procuram porque precisam otimizar o ambiente e com isso, ter um melhor aproveitamento”, diz. No mercado há 16 anos, a Jafer conta com uma ampla linha de móveis inteligentes. Na cozinha, por exemplo, indica ser possível colocar uma mesa dentro de um armário; nos dormitórios, pode-se projetar gavetas ou sapateira embaixo da cama, e assim por diante. “Nos imóveis onde os espaços são restritos, o ideal é contratar uma empresa de móveis planejados para que um projeto seja desenvolvido, atendendo a todas as necessidades do cliente”, salienta Elizângela, que dentro dos pedidos de projetos para cozinha que recebe, geralmente constam a busca pela funcionalidade sem deixar de lado a questão da estética. “As pessoas desejam espaço para que todos os eletrodomésticos fiquem embutidos e, com isso, as bancadas livres”, explica a diretora da Jafer Móveis Planejados.

Versatilidade

Especialista orienta que em ambientes estreitos o ideal é usar gabinetes sem puxadores sobressalentes

A arquiteta endossa as sugestões de Elizângela e reforça a tendência em apostar em móveis versáteis. Uma bancada retrátil, que serve como aparador, pode virar facilmente uma mesa para refeições. “Basta adicionar algumas cadeiras – dobráveis de preferência, estender uma toalha e dispor os pratos e talheres. Depois, escolha eletrodomésticos multifuncionais – processadores, por exemplo, podem ter várias funções”, sugere Ana Maria, lembrando que o segredo para as “cozinhas corredor” é apostar na decoração vertical. Isto é, use e abuse dos armários e módulos na parede, em todos os cantos, e até em cima da porta. “A ideia é encontrar espaço para acomodar todos os itens, deixando tudo organizado e livrando espaço do balcão e da área de circulação”, diz. Por conta disso, é possível aproveitar os vãos sobre a geladeira e o exaustor para criar módulos mais profundos, que devem ser usados para guardar utensílios pouco utilizados no cotidiano. Já sobre a pia, Ana Maria diz que os armários devem ser recuados e mais altos, podendo até serem substituídos por prateleiras abertas que armazenam e decoram ao mesmo tempo. “Em ambientes estreitos o ideal é usar gabinetes sem puxadores sobressalentes, assim, ninguém fica batendo a perna enquanto duas pessoas estão juntas na cozinha”, observa a arquiteta. Hoje em dia existem opções de puxadores que não ocupam espaço, como de cava – aqueles feitos na própria marcenaria ou com perfil metálico; de tic tac – que é só apertar no ponto certo para abrir e fechar a porta; de recorte – bolinhas ou retângulos recortados na madeira; entre outros.

Espaço ampliado

Para ampliar a sensação de largura e proporcionar maior conforto visual, Ana Maria sugere mesclar cores e objetos, criando texturas e volumes. “Ao contrário do que muitos pensam, o uso do branco em excesso não amplia os espaços. Para criar profundidade, pode-se optar pelo branco com elementos escuros, como a madeira que reveste parte das paredes e os armários pretos”. Acompanhando essa tendência, Elizângela diz que o que está em alta nos materiais para móveis planejados para as cozinhas são as cores amadeiradas e a linha Cristallo – alto brilho.

No piso, Ana Maria indica tons claros, mas não brancos, para que a sujeira não fique em evidência. “As cores fortes devem ser reservadas para detalhes, mas tudo depende do gosto e da ousadia do morador”, comenta a arquiteta que, como alternativa, sugere destacar objetos isolados, como uma geladeira ou um forno em tons vibrantes.

Como todo ambiente pequeno, a “cozinha corredor” pede um cuidado com a iluminação, já que muitas vezes não é possível ter grandes janelas para a entrada de luz natural. “A luz branca ou de LED é a mais indicada, que é o verdadeiro coração da casa, uma vez que ele tem que ser bem iluminado, de dia ou à noite, já que o objetivo é reproduzir com fidelidade as cores dos alimentos”, explica a arquiteta, ao esclarecer que a correta disposição das lâmpadas interfere na sensação de amplitude. “Não subestime esse aspecto e considere a possibilidade de adicionar pontos de luz extras, como nos armários e prateleiras”.

Outra solução é criar ambientes monocromáticos para eliminar a sensação de divisão. Já a valorização da iluminação natural pode ser obtida com o uso de persianas finas ou de materiais refletores, como o vidro e espelhos em portas de armários ou revestimentos de paredes. “A abertura de vãos um bom artifício para clarear o ambiente”, diz.