Dormir tarde aumenta a chance de morte prematura, aponta estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de abril de 2018 às 14:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:41
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Pessoas de hábitos noturnos passam por alterações no organismo que levam a problemas de saúde

Pessoas que dormem tarde e têm dificuldades para acordar de manhã têm
risco maior de morrer de forma prematura, segundo um estudo recente realizado
por uma universidade em Chicago, nos Estados Unidos.

A pesquisa, divulgada na publicação científica Chronobiology
International, analisou dados de 433 mil pessoas de 38 a 73 anos e concluiu que
aquelas que se definem como “noturnas” têm 10% mais chances de
sofrerem uma morte prematura do que aquelas que se dizem “diurnas”.

Além disso, quem acorda mais tarde tem uma tendência maior também de ter
doenças físicas ou mentais, segundo o estudo.

Para conduzir o estudo, os pesquisadores perguntaram inicialmente aos
voluntários se eles eram uma pessoa “definitivamente diurna”,
“parcialmente diurna”, “parcialmente noturna” ou
“definitivamente noturna”.

Em seguida, observaram a quantidade de mortes entre os participantes em
um período de seis anos e meio.

Depois de ajustarem detalhes sobre idade, gênero, raça, tabagismo,
índice de massa corporal e classe econômica, os autores do estudo identificaram
que a chance de uma morte prematura seria menor nas pessoas com hábitos
“diurnos”, com o risco aumentando entre cada tipo de relógio
biológico.

Comparando as pessoas “definitivamente noturnas” com as
“definitivamente diurnas”, constatou-se que as primeiras também
tinham uma chance 90% maior de ter problemas psicológicos e 30% maior de
desenvolver diabetes.

Além disso, elas seriam mais propícias a terem doenças gastrointestinais
e neurológicas.

Embora não tenham analisado as causas dos problemas de saúde, os autores
do artigo disseram ser provável que pessoas com atrasos no relógio biológico
seriam prejudicadas por terem de ajustar seus hábitos a um “mundo com
hábitos diurnos”.

Malcolm von Schantz, professor de cronobiologia da Universidade de
Surrey, e também autor do estudo, afirma que os problemas que afetam pessoas
noturnas são um “problema de saúde pública que não pode mais ser
ignorado”. “Deveríamos todos discutir como fazer para permitir que
essas pessoas com hábitos noturnos pudessem se adaptar a uma rotina começando o
trabalho mais tarde e finalizando mais tarde, por exemplo”, explica. “E
precisamos de mais pesquisas que explorem esse aspecto sobre como as pessoas
noturnas podem lidar com esse esforço que precisam fazer para manter seus copos
ativos em sincronia com o horário do sol”.

Segundo os cientistas, cerca de 40% a 70% do ritmo circadiano de uma
pessoa (ou relógio biológico) é herdado geneticamente – o resto é influenciado
pelo ambiente onde a pessoa vive e pela idade.

Entre as dicas que ela e outros especialistas em sono recomendam para
“ajustar” o relógio biológico, estão:

– Tente ficar exposto à luz logo cedo e evitá-la tarde da noite;

– Tente manter um horário fixo para ir dormir todo dia e não se permita
atrasar muito nesse horário;

– Seja disciplinado sobre um estilo de vida saudável e reconheça a
importância da hora de dormir;

– Faça as coisas mais cedo e tente evitar ser uma pessoa de hábitos
noturnos o máximo que você puder.


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