Dificuldade em tomar decisões afeta pessoas de diferentes idades

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  • Publicado em 20 de setembro de 2018 às 21:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Escolher um caminho é produto de uma tríade: instinto, experiência e razão e pode ser aperfeiçoado

A vida é cheia de decisões – o que comer, com quem casar, onde morar, para qual empresa ir, ter filhos ou não, qual profissão seguir? Nessas horas, geralmente a pessoa está diante de dois ou mais caminhos e precisa tomar uma decisão. Recorre à lógica, às emoções, aos amigos, aos pais, a qualquer um com um “pitaco” a oferecer. E, enfim, escolhe. Com um baita medo de errar. “Tomar uma boa decisão é o produto de uma tríade: instinto, experiência e razão. Na prática, se não estiver certo se quer ter filhos, aplique a trinca descrita em questão. O instinto dirá que a espécie deve ser perpetuada. Já a experiência é o que o indivíduo viveu, as suas lembranças. E a razão o fará pensar nos gastos da criação de uma criança”, pondera a psicóloga Vilma Mascarenhas Fiolho.

Portanto, ela diz que diante de uma escolha, é preciso analisar o terreno sob todos os aspectos. Usando a cabeça de maneira calculista ou com o coração, deixando a emoção rolar. É o cérebro que decide qual rumo tomar e para isso ele compara as possibilidades. “Estar no controle da situação e saber quando alternar entre a razão e a emoção é um talento desenvolvido ao longo da vida”, diz.

Que o diga o advogado Armando Pereira de Souza, 45 anos, que diz ter dificuldade de tomar uma decisão desde a adolescência. “Chego a levar semanas até decidir o que fazer. É como se eu esperasse que a vida por si só escolhesse por mim, então quando não tem muita alternativa, escolho, sempre com a dúvida se decidi pelo melhor”, diz.

Decidir, uma escolha

Segundo a psicóloga, diariamente as pessoas tomam centenas de decisões, sendo a maioria sem parar para pensar. Mastigar ou mudar de marcha enquanto dirige, por exemplo, não requer qualquer tipo de elucubração. É automático. Mas para a realização dos objetivos de longo prazo, seja no campo profissional, familiar ou afetivo, é preciso ter coragem e direcionamento. “Uma decisão significa uma mudança, ou seja, é um ato de coragem para quem quer fazer a diferença, superar os próprios limites e sair da zona de conforto”, resume. “Tomar boas decisões e alcançar objetivos exige autoconhecimento e foco”, completa.

É o que pensa a profissional liberal Ana Catarina Mendes, 39 anos, que após quase ter um infarto em decorrência do excesso de peso, decidiu encarar a obesidade e mudar de vida. “Entre morrer e viver de uma forma saudável, optei pela segunda opção”, diz Ana Catarina, que desde então mudou sua alimentação e adotou a prática diária de exercícios físicos. “No início, foi extremamente difícil, doloroso, pensei em desistir muitas vezes, mas sempre que isso acontecia, lembrava que meus filhos precisavam da mãe ao lado deles. Hoje, três anos depois, sou uma nova mulher”, conta ela, que eliminou 45 kg e nem de longe lembra aquela Ana Catarina. “Tenho prazer em malhar e comer não é mais uma fuga. Faço escolhas conscientes e saudáveis para meu corpo, cabeça e para minha alma. Hoje, com certeza, sou muito mais feliz e, consequentemente, faço meus filhos felizes”.

Vilma explica que quanto mais opções, mais dúvidas e mais difícil decidir. Limitar as alternativas e o tempo ajuda na tomada de decisão. Quando não há urgência, muita gente esquece-se de decidir e realizar uma tarefa. “Para não perder o timing da decisão, estipule prazos”, recomenda a psicóloga que sugere as seguintes questões para ajudar na tomada de decisão: o que você quer? Quais são as suas opções para realizar seu desejo? Avalie individualmente suas opções; quais serão as consequências de cada uma delas? Faça uma lista de prós e contras.