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Há pouco tempo, no Facebook, o professor Giovani Silva propôs um debate sobre o uso da tecnologia em sala de aula. Copiar a lousa ou fotografar a lousa, por exemplo? Deixar usar o smartphone em sala de aula ou não? Vários professores foram convidados a participar do debate, porém poucos se propuseram a fazê-lo. Surpreendi-me com o bom nível da discussão, afinal todos contribuíram sobremaneira para um debate sério, expondo suas experiências.
O professor Leandro Rosa, nesta semana, propôs outra discussão no Facebook, agora sobre a construção de uma escola, cujo ensino seja criativo e não seja refém das amarras do sistema educacional do qual se tornou refém.
A primeira coisa que descobri é que o Facebook serve para alguma coisa realmente útil em tempos de reforma educacional. Segundo, foram poucos os que se dignaram a entrar no debate, mas os que o fizeram, demonstraram as diversas vertentes que devem nortear o debate. Houve os realistas, os idealistas, os politizados, os que já têm experiência com escolas, que fogem do convencional, ou seja, todos tinham algo de importante a dizer.
Por que escrevo sobre isso, caro leitor? Porque pretendo propor outro debate: Adestrar ou ensinar jovens que prestarão vestibulares?
A internet está abarrotada de vídeo-aulas de professores “especialistas”, publicações “especializadas”, simulados criados por “especialistas”, dicas de cursos “padaria” que têm a forma para enfiar o raciocínio do aluno em uma camisa de força. O modelo do vestibular atual está desgastado, porque padroniza pessoas ou precisa ser urgentemente repensado para acabar com as “padarias”.
Ninguém está mais vulnerável psicológica e emocionalmente neste momento do que um vestibulando. Aproveitando-se do seu desespero, alguns cursinhos criaram “mitos” e fórmulas. Vestibular é competição, dizem alguns. Mas, competição à custa de quê?
Quase caí para trás, quando uma jovem me disse sorrindo que tinha aprendido filosofia em um mês. Pior, a amiga me disse que aprendeu filosofia e sociologia em um mês. Mostram-me anotações. Nelas havia um monte de frases “bonitinhas” para, literalmente, enfiar em um texto, seja qual tema for.
O discurso é sempre o mesmo: vestibular é competição, não é o momento de parar para pensar. O aluno deve deixar para “raciocinar”somente depois que adentrar a universidade.
Caro leitor, observe o tamanho do problema levantado pelos professores aqui mencionados: um jovem, que pleiteia uma vaga em uma boa faculdade, fica em uma encruzilhada: aprender a raciocinar para permanecer na faculdade e tentar mudar os rumos dela ou ser adestrado para, a qualquer custo, se tornar universitário. Que tipo de universitário? Que tipo de profissional ele será?
Como a reforma educacional vem de cima para baixo e ainda “enenzaram” o ensino, conjunto de folhinhas são confundidas com método. Como pensar em uma escola criativa, caros colegas?