Desaceleração da produção de calçados em Franca é confirmada pelo Caged

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  • Publicado em 25 de abril de 2017 às 11:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:10
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Setor contratou 238 trabalhadores a menos neste trimestre do que no mesmo período de 2016

O parque calçadista de Franca
criou 4.123 vagas de trabalho no primeiro trimestre deste ano. O número
corresponde ao saldo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de
admitidos e demitidos elaborado mensalmente pelo MTE (Ministério do Trabalho e
Emprego). Apesar de ter contratado mais do que demitido, o setor registrou uma
queda de 5,5% na quantidade de postos de trabalho criados em relação ao mesmo
período de 2016, quando o saldo Caged foi de 4.361.

Ainda de acordo com os dados
divulgados na última quinta-feira (20/04), desde outubro de 2013 – quando a
produção do setor atingiu seu ápice com 39,5 milhões de pares e 30.381
funcionários em suas esteiras – o polo francano acumula o fechamento de 8.670
vagas. O déficit repercutiu na produção que, segundo o Sindifranca (Sindicato
da Indústria de Calçados de Franca), deve repetir o desempenho do ano passado
com apenas 30 milhões de pares.

Ranking Brasil

O mesmo levantamento do MTE aponta
Franca como a segunda cidade brasileira a gerar mais empregos no Brasil com
4.689 (incluindo todos os setores da economia), perdendo apenas para Santa Cruz
do Sul/RS que contratou um trabalhador a mais. De acordo com o presidente do
Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto, os números são explicados pela
sazonalidade específica do setor calçadista francano. “Por causa da
legislação trabalhista e a alta carga tributária brasileira, os empresários
preferem demitir parte dos funcionários no último trimestre do ano, quando a
quantidade de pedidos diminui e a produção tende a cair. Quando as vendas são
retomadas no início do ano, os trabalhadores são recontratados, de acordo com a
necessidade”, explicou Brigagão.

O problema, segundo ele, é
que ao longo dos quatro últimos anos essas recontratações têm acontecido mais
lentamente e em número reduzido. “Então, a despeito do resultado
aparentemente positivo, o déficit acumulado de 8.670 vagas é muito preocupante
e decorre da instabilidade política brasileira que afeta diretamente nossa
economia. Por causa dela, os empresários deixam de acreditar em recuperação
rápida e param de investir”, disse Brigagão.

Ainda de acordo com o
presidente do Sindifranca, “a aprovação das reformas que estão em
andamento do Congresso Nacional é fundamental para que o Brasil volte a
crescer, pois as empresas precisam ter um norte para se planejar”.


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