Depoimento de procurador jurídico aponta prevaricação de Gilson de Souza

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 18:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:27
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Eduardo Campanaro afirmou que denunciou suposto esquema para o prefeito, mas foi ignorado

​Uma bomba caiu sobre o governo de Gilson de Souza (DEM) nesta sexta-feira. 

Seu procurador jurídico, Eduardo Campanaro, prestou depoimento na comissão processante da Câmara Municipal e apontou situações graves na administração.

Campanaro afirmou que levou denúncia de suposto esquema de vendas de lotes envolvendo um vereador de Franca ao prefeito, mas que Gilson qualificou toda a situação como uma “bobajada”.

A situação em questão seria uma denúncia do vereador Ilton Ferreira ao procurador jurídico. 

O parlamentar teria dito a Campanaro que recebeu de um cidadão que participava de um culto religioso a denúncia de que um vereador disse no culto que receberia lotes para venda. 

Em troca, o tal vereador votaria pela aprovação de um projeto de lei de interesse da empresa de construção civil. Ilton teria se indignado com isso e procurado Campanaro para denunciar o caso.

O procurador então pediu provas, no que Ilton telefonou para o  cidadão, que, com a ligação em viva-voz, confirmou toda a história. 

Campanaro se negou a apontar o nome, pois afirmou ter medo de errar e ser injusto. Mas sugeriu que a comissão ouça Ilton, que estava presente ao depoimento e nada contestou, para chegar ao nome do vereador em questão.

O procurador Campanaro então disse ter procurado o prefeito Gilson de Souza e levado a denúncia, mas disse ter sido surpreendido com a reação do chefe do Poder Executivo. “Ele afirmou que se fosse dar bola para essa bobajada não governava”.

Eduardo então afirmou que não faria mais parte do grupo que trabalhava no projeto de alteração da lei de Parcelamento do solo. 

Desmentiu a história de que não comandou a audiência pública do projeto por estar viajando e garantiu que se recusou a participar da reunião em razão da suposta irregularidade que havia comunicado ao prefeito e na qual foi ignorado.

Gilson de Souza deverá ser ouvido pela comissão nos próximos dias, em data ainda incerta. 

Mas a suposta prevaricação do prefeito poderá lhe render muitos problemas, incluindo-se aí denúncias da própria comissão ao Ministério Público e ao Gaeco, que poderão resultar em investigações no âmbito civil e criminal. 

No aspecto político, a prevaricação, se for confirmada, justificaria até a cassação do mandato de Gilson.


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