Denúncia sobre assédio sexual provoca crise entre sócios da Playboy

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de abril de 2017 às 06:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:10
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Jovens modelos dizem que foram assediadas por diretores que editam a revista Playboy no Brasil

A última edição do ‘Fantástico’, da TV Globo, apresentou reportagem de denúncia contra os sócios da revista Playboy no Brasil, marca que deixou a portfólio da Editora Abril em 2015 e atualmente é controlada pela PBB Editora, que relançou o título em 2016. 

Na matéria do dominical, pelo menos quatro modelos dão depoimentos alegando assédio por parte de André Sanseverino e Marcos de Abreu.

O material revela depoimentos das modelos Nadya Ferreira, Samantha Ofsiany, Barbara Martins e Adriana Oliveira. 

As jovens participaram do lançamento da nova Playboy como Coelhinhas e alegaram que Sanseverino passou a assediá-las. 

Em mensagens de texto trocadas pelo WhatsApp, o empresário teria questionado sobre a possibilidade de uma delas trair o namorado para se beneficiar no mercado de trabalho. 

Em outro caso, ele pede uma foto nua para a modelo e afirma que “transforma modelos em musas”.

“Se for para tentar te ajudar, espero criar um vínculo de intimidade”, escreveu Sanseverino. 

Abreu também aparece nas acusações por ter assediado as profissionais no dia do evento de lançamento da revista.

De acordo com os relatos, Sanseverino deixou claro que não seria possível trabalhar com as garotas sem a contrapartida “sexual”. 

É por isso que o advogado Marcello Lombardi, representante das modelos no caso, abriu processo de danos morais e lucros cessante.

“As propostas de cunho sexual eram todas assim: ‘Se você fizer sexo comigo, te coloco nas capas da Playboy. Esse tipo de proposta foi feita de forma ostensiva”, explicou o advogado.

A situação acabou em crise. A PBB Editora divulgou nota declarando que repudia o desrespeito contra a mulher e informou que decidiu pelo total afastamento do sócio André Sanseverino por prazo indeterminado.

“Qualquer declaração dada por André Sanseverino não reflete em absolutamente nada os valores da Playboy. ele encontra-se afastado e não responde mais pela revista. Acreditamos de forma franca e honesta que ele deverá colaborar para elucidar os fatos até que as denúncias sejam apuradas. A Playboy, ao longo de sua história, vem coadjuvando em defesa e em busca da liberdade e empoderamento das mulheres, não somente no Brasil, mas em todo o mundo. E não será diferente neste momento”.

O outro lado

Procurados pelo ‘Fantástico’, Sanseverino e Abreu falaram por telefone com a reportagem do programa e negaram o assédio.

“Converso com as meninas de forma normal. Sempre faço várias perguntas. Estamos tentando dar novo enfoque ás coelhinhas. Então, sempre me preocupo que não existam garotas de programa”, disse Sanseverino.

“Então, quer dizer que se alguma aceitasse (a investida sexual), você não iria aceitar e nem chamar para trabalhos?”, questiona a repórter, no que ele responde: “Lógico que não”. 

A jornalista informa que a acusação é exatamente o contrário e Sanseverino não soube mais responder.

Abreu informa que estava na festa de lançamento com a esposa e que a acusação “era muito contraditória”.


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