Definição de limite no cheque dependerá da anuência do cliente

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de dezembro de 2019 às 00:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:05
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

O CMN aprovou o redesenho do cheque especial e fixou o limite máximo de 8% ao mês para os juros

diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Ribeiro Damaso, afirmou que os bancos não poderão mais elevar os limites de cheque especial sem a anuência dos clientes.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o redesenho do cheque especial, estabelecendo um limite máximo de 8% ao mês para a taxa de juros na modalidade. 

A medida entra em vigor no dia 6 de janeiro de 2020. Em outubro, conforme dados divulgados pelo BC, o juro médio do cheque ficou em 305,9% ao ano. Com o novo limite, a taxa máxima será de 150% ao ano.

O CMN também autorizou a cobrança de tarifas aos usuários, que poderá ser de até 0,25% do limite disponibilizado, acima do limite isento de R$ 500. 

Quando utilizado o limite, a tarifa será abatida dos juros cobrados na modalidade.

“A definição do limite do cheque especial depende da anuência do cliente. A resolução do CMN estabelece que a instituição financeira não pode impedir o usuário de escolher um limite menor que R$ 500, que será isento de tarifas”, detalhou Damaso.

De acordo com o BC, os limites concedidos no cheque especial somam R$ 350 bilhões, enquanto o volume de operações está em apenas R$ 26 bilhões. 

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, repetiu que o limite não utilizado no cheque especial consome o capital do banco.

“Se o banco tiver esse limite aberto, ele precisa se financiar com capital próprio, e acaba tendo esse custo de captação”, explicou Pinho de Mello.

“Estamos garantindo que a diminuição de custo no cheque será repassada a clientes de mais baixa renda”, acrescentou.

Risco

Damaso alegou que a limitação dos juros cobrados no cheque especial não impõe nenhum risco à sustentabilidade financeira dos bancos.

“Tivemos inúmeras reuniões com as instituições financeiras, mas essa é uma decisão regulatória do Banco Central”, afirmou.

O diretor Pinho de Mello repetiu que a economia proporcionada pelas mudanças no cheque especial será repassada aos clientes de baixa renda, sem que haja um “racionamento” da oferta da modalidade de crédito.

“É difícil precisar o impacto das medidas no cheque sobre as instituições, mas temos a convicção de que o sistema financeiro é forte”, completou.

O CMN ainda aprovou a ampliação da portabilidade de crédito com a inclusão do cheque especial a partir de abril de 2020.


+ Economia