Defensoria Pública diz não ter pessoal para atender todos negados no auxílio

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  • Publicado em 30 de junho de 2020 às 14:00
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:55
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Ministério da Cidadania anunciou que busca alternativas para resolver problema sobre o auxílio emergencial

Neste mês, a Defensoria Pública da União (DPU) firmou um Acordo de Cooperação Técnica com o Ministério da Cidadania para dar auxílio jurídico para quem teve o pedido do Auxílio Emergencial negado.

Mas, devido a alta demanda, o órgão divulgou um esclarecimento dizendo que, na impossibilidade de atender a todos que se encaixam nesse cenário, tem adotado medidas para priorizar quem está em necessidade do benefício.

“Diversos defensores públicos federais, independentemente de ofício original de especialidade, estão dedicados à atuação diária nos casos referentes ao auxílio emergencial. São defensores da área criminal e da área previdenciária que passaram a reforçar a equipe da área cível em uma verdadeira força-tarefa, tendo em vista a excepcionalidade do momento em que todos vivemos e a importância dessa renda emergencial para quem está sem trabalho”, diz a nota.

O comunicado explica que a defensoria não possui estrutura material e humana para atender todos os milhões de indeferimentos do auxílio, algo que o órgão informa que estaria em torno de 40 milhões.

A DPU conta com 467 defensores com atuação em 1ª instância, sendo 122 nos Tribunais Regionais e 50 nos Tribunais Superiores e informou que a procura “tem se apresentado infinitamente superior à nossa capacidade de atendimento: os canais de atendimento do órgão têm apresentado sobrecarga e queda em todo o país”.

Solicitações fora dos critérios

A Defensoria Pública disse que já nos primeiros dias de trabalho, o órgão constatou que milhares de mensagens encaminhadas por e-mail, WhatsApp e telefone não estavam de acordo com as previsões legais para o recebimento do benefício, nem estavam em previsões para instauração do processo de assistência jurídica (PAJ).

“O número excessivo de pedidos inconsistentes compromete o atendimento aos cidadãos que de fato têm o direito e precisam urgentemente do auxílio emergencial. Por isso, a DPU precisou adotar ferramentas para limitar e qualificar a prestação do serviço de assistência jurídica”, diz a nota.

Segundo a DPU, em todo o ano de 2019, foram contabilizados, em todos os tipos de atuação, 1,8 milhão de atendimentos e, até a assinatura do acordo, tinham sido abertos cerca de 20 mil processos de assistência jurídica sobre o auxílio emergencial.

“Mesmo com todas as limitações da DPU (de pessoal, orçamentária etc.), atuaremos, como sempre atuamos, dentro do possível e de nossa capacidade de demanda, para prestar a melhor atenção e assistência jurídica às pessoas necessitadas”, diz a instituição.

O Ministério da Cidadania anunciou que está desenvolvendo uma plataforma que ficará disponível no aplicativo do Auxílio Emergencial e que permitirá a contestação do indeferimento diretamente pelo próprio cidadão.

Quem tiver interesse também pode procurar diretamente a seção ou subseção da Justiça Federal que atende ao seu município para dar entrada no pedido.

*Jornal Contábil


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