De telas e cores

  • Entre linhas
  • Publicado em 3 de outubro de 2016 às 10:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:58
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“Deus marcou o tempo certo para cada coisa. Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que ele faz..(Eclesiastes 3:11)

Porque depois que o tempo passar, por mais demorado que seja esse tempo terá valido à pena. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá”. (1Co 13:10)

Ela abre a janela de seu quarto e enxerga um imenso céu azul. Não há nuvens. Nem pássaros. Apenas a imensidão daquele que a abraça num bom dia mais que especial. E é através dele que ela decide, depois de tanto se fechar, abrir os botões de sua alma para respirar melhor. Os pulmões não se seguram nessa euforia de ser livre e dão o suspiro mais leve e, paradoxalmente mais intenso de toda a sua vida. Nesse momento, ela sente os pés retomarem o chão de outrora perdido. Sente a cabeça voltar às nuvens e os sonhos retornarem ao coração… De onde jamais deveriam ter saído.
Então ela percebe ter perdido as chaves do tempo passado… E torce bem lá no fundo de sua alma, para nunca mais achá-las. Mas também não quer saber onde estará amanhã. Ela deseja apenas o agora, como uma criança deseja ver um arco-íris no final daquela chuva que levou seu barquinho embora na enxurrada. E há recompensa maior do que as cores de um arco-íris? Por isso, ela se pergunta: quem sabe esse mesmo arco-íris esteja mesmo é do lado de cá, do lado de dentro, onde todas as cores podem sempre ser mais e mais radiantes e, assim também, os sentimentos? E é nesse instante que ela sente. Ela sabe. Falta pouco para que sua tela em branco se transforme. Ganhe vida. Não há espaço para o cinza. Seu coração anseia pelas tonalidades vibrantes. Assim como sua alma. Ambos hoje estão juntos, numa mesma sintonia de paz… E abertos para o que der e vier, mas cientes de que só o melhor fará morada.


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