De acordo com estudo, WhatsApp está tomando espaço do Facebook

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de junho de 2018 às 18:18
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:48
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Antes tido como uma das melhores fontes para leitura de notícias, Facebook tem perdido força

Em fevereiro deste
ano, o jornal Folha de São Paulo deixou de atualizar sua página no Facebook.
Ele tomou essa decisão depois que a rede social reduziu a visibilidade do
jornalismo nas páginas dos usuários, priorizando posts de amigos e família.

Antes tido como uma
das melhores redes para a leitura de notícias, hoje o Facebook vem perdendo
essa força, e o novo relatório do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo
confirmou essa queda.

A
pesquisa ouviu 74 mil pessoas em 37 países. De acordo com o relatório, apenas
23% das pessoas confiam nas notícias lidas através das redes sociais, em
comparação com 34% que confiam nos mecanismos de busca. Com relação ao
Facebook, seu uso para notícias caiu 9% entre o público adulto e 20% entre os
jovens, em relação a 2017. Essa queda se deve, em grande parte, pela
preocupação dos usuários com privacidade, fake news e debates tóxicos na rede.
A pesquisa foi feita antes da mudança de algoritmo citada acima.

Em
compensação, o relatório traz boas notícias para as organizações de mídia que
buscam prosseguir com um jornalismo de qualidade e adotaram paywall: o número de pessoas que pagam por notícias
on-line cresceu em vários países e as notificações por e-mail e por celular
estão ajudando a criar maior lealdade entre os leitores. Novos modelos de
negócio, como filiação e doações, também estão começando a ganhar força.

Mas
a maior novidade que o artigo traz é a confirmação de que as pessoas estão
migrando do Facebook para o WhatsApp para ler notícias.

Já vimos o poder
desse app recentemente, com caminhoneiros organizando a greve que parou o país
pelo WhatsApp. O uso dele como fonte de notícias triplicou nos EUA, em apenas
quatro anos. Mas o fenômeno é maior ainda em países como Malásia (54%) e
Turquia (30%), onde é perigoso expressar opiniões políticas livremente em redes
abertas.

Apesar
do grande uso da internet, quando perguntados sobre quais veículos passam mais
credibilidade, os americanos citaram mídias tradicionais como canais de
televisão e o The Wall Street Journal.

Veículos criados na
era digital ainda deixam as pessoas com um pé atrás: mais da metade dos entrevistados, 54%, disse que
desconfia da veracidade do que lê   na
internet. Isso foi bem maior em países como Brasil (85%), Espanha (69%) e
Estados Unidos (64%), onde situações políticas polarizadas são muito discutidas
nas mídias sociais. Eleições vem aí. Cuidado com as correntes que você vai
compartilhar no WhatsApp.


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