Culturas se misturam nas celebrações do Ano Novo ao redor do mundo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de dezembro de 2017 às 20:49
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Em alguns países, a festa da virada acontece em outra data e não no dia 31 de dezembro

​Festejar o Ano Novo é uma prática muito antiga. Os romanos foram os primeiros a marcar a data da comemoração no calendário. O Ano Novo era festejado de 25 de março até 1 de abril. Quem instituiu o dia 1 de janeiro como o primeiro dia do ano foi o papa Gregório XIII. Alguns franceses resistiram à mudança e quiseram manter a tradição, mas eram ridicularizados pelos que aceitaram a nova data. Eles começaram a receber convites para festas que não existiam. Isso fez surgir o dia da mentira, uma falsa comemoração do Ano Novo, conta Tiago Martins da Silva, professor de geografia. 

Mas nem todos os países festejam a virada no dia 31 de dezembro. A comunidade judaica segue um calendário lunar e festeja o novo ano, o Rosh Hashaná, durante dois dias do mês Tishrê, que ocorre entre setembro e outubro do nosso calendário. Nesta data, é comemorado o aniversário de criação do homem e da mulher. Durante esses dois dias, as famílias se reúnem nas sinagogas para rezar e, em seguida, vão para casa jantar. O momento mais importante durante as orações acontece quando o Shofar (chifre de carneiro) é tocado. Já os islâmicos celebram o ano novo em meados de maio, no aniversário da Hégira (em árabe, “emigração”). Lá o Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622, quando o profeta Maomé deixou a cidade de Meca e se estabeleceu em Medina.

Veja como cada canto do planeta festeja o novo ciclo: 

– Brasil: mantivemos costumes e hábitos dos povos que passaram por aqui. Dos italianos, herdamos a tradição de comer lentilhas; dos portugueses, o bacalhau; e dos africanos, vestir roupas brancas e jogar flores para Iemanjá.

– China: a comemoração acontece no 23º dia do último mês lunar, quando os chineses oferecem comida ao Deus da Cozinha para pedir prosperidade familiar. Cada ano é dedicado a um animal do signo chinês, 2018 será o ano do cachorro. Eles também colam nas portas e janelas das casas papéis vermelhos com dizeres de bom agouro em dourado. À meia noite, comem um bolinho chamado guioza. Em seguida, vem a queima de fogos, que atrai sorte e afasta as coisas negativas. A festa só acaba ao amanhecer. Nesse período, alguns chineses visitam parentes e amigos, levando presentes e envelopes vermelhos com dinheiro para distribuir. Eles acreditam que, ao serem generosos com os outros, a sorte será generosa com eles. 

– Japão: é a data mais importante no calendário. Eles costumam fazer uma cerimônia de limpeza na casa e pendurar uma corda de arroz na entrada para afastar os maus espíritos. Na véspera, as famílias se reúnem para comer sobá (macarrão de trigo sarraceno), pois acreditam que o alimenta ajuda a atrair fortuna. Na noite de 31 de dezembro, os japoneses vão ao templo para a cerimônia das 108 badaladas. De acordo com a crença budista, o tocar do sino serve para afastar os pecados e purificar as pessoas. No dia 1 de janeiro, eles acordam cedo para fazer a primeira visita a um templo budista ou santuário shintoista e rezar por saúde e felicidade no ano que se inicia. 

– Índia: é costume atirar objetos que representam impurezas e doenças na fogueira e fazer queima de fogos nas ruas. 

– Itália: o novo ano é recebido com fogos de artifícios, para que todos fiquem acordados –  acredita-se que os que dormem na virada do ano dormirão todo o ano. Em várias partes do país, dois pratos são considerados essenciais: o pé de porco e a lentilha. 

– França: foi este país que batizou a data com o nome de Réveillon, que é uma grande festa entre amigos, com boa comida e bebida. À meia noite, é costume todos se beijarem e tomarem muita champanhe. 

-Grécia: eles fazem um bolo com os mesmos ingredientes do panetone e colocam uma moeda de ouro dentro dele. Na virada do ano, o bolo é cortado entre todos os participantes da festa, e quem ganhar a moeda terá muita sorte durante o próximo ciclo. A tradição de comer romãs vem desse país. Lá, eles jogam a fruta no chão e aí dividim entre todos. 

– Escócia: os festejos começam às 8 horas de 31 de dezembro e terminam às 6 horas do primeiro dia do novo ano. A data, mais comemorada que o Natal, é marcada por tradições como os desfiles de gaiteiros e dançarinos típicos na rua principal da capital Edimburgo, a Princes Street. À meia noite, os canhões do Castelo de Edimburgo são disparados e há uma grande queima de fogos. Em seguida, um gaiteiro faz um solo no topo do castelo. Presentes simbólicos também são dados para desejar boa sorte, incluindo biscoitos. 

– Espanha: a comemoração começa no dia 28 de dezembro e vai até o Dia de Reis (6 de janeito), quando são feitas as cavalgadas e é preparada a rosca de reis. Dentro dessa rosca são colocados brinquedos para as crianças. Exatamente à meia-noite, as pessoas comem doze uvas, uma a cada badalada do relógio da Puerta del Sol, localizada em Madrid. 

– Estados Unidos: a festa mais famosa do país acontece em Nova Iorque, na Time Square, onde as pessoas se encontram para beber, dançar, correr e gritar. Durante a contagem regressiva, uma grande maçã vai descendo no meio da praça e explode à meia-noite, jogando balas e bombons para todos os lados.


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