​Crise financeira em pleno ano eleitoral piora cenário das negociações salariais

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de março de 2016 às 06:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:40
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Embate com os servidores pega o prefeito em meio ás disputas das prévias tucanas com Sidnei

Por causa do desgaste, greve é pouco provável (Edson Silva)

Assembleia dos servidores municipais de Franca realizada na tarde da quinta-feira (17)  rejeitou toda a pauta proposta pela Prefeitura de Franca, que previa reajuste salarial de 11,08% referente à reposição da inflação do período.

Os servidores querem a reposição da inflação, além de aumento real de 3% mais inflação do período, que daria um total de 14,3%, além do vale alimentação de R$ 550.

A diferença não é pequena nestes tempos de crise. Com isso, caminha-se mais uma vez para um impasse, a exemplo do ano passado. O ano corrente, porém, traz outros implicadores do que aqueles de 2015, quando uma prolongada crise, desgastou o prefeito e não trouxe os resultados esperados para os servidores.

As dificuldades de negociação já foram visíveis a partir do momento em que o prefeito Alexandre Ferreira (PSDB) nomeou uma comissão estritamente técnica para negociar com os servidores, demonstrando sua disposição de não ir um centavo além do que é obrigado a repassar: o INPC do período.

Para o lado do Sindicato, o desgaste da greve passada, onde os objetivos não foram alcançados, não se conseguiu o vale-alimentação esperado e os dias de greve foram descontados dos servidores que aderiram ao movimento, ainda azedam a relação da entidade com os seus liderados. 

O Sindicato tem feito o possível, com algumas dezenas de processos judiciais, perdendo alguns, ganhando outros, mas sempre causando impaciência dos funcionários da Prefeitura por conta da demorada usual da Justiça do Trabalho em fazer as demandas andarem.

Para o Prefeito Alexandre Ferreira, o embate com os servidores pode pegá-lo em meio à outra ingrata missão: vencer as prévias do PSDB para a disputa da Prefeitura contra seu mentor Sidnei Rocha, no final do mês.

As perspectivas, levam, portanto, a cautela de ambas as partes, mas também a necessidade de um e outro, sobreviverem em meio à crise financeira, à descrença com a política e a incapacidade dos governantes de saírem deste estado de coisa.

Do lado dos trabalhadores, há esta sensação de desvalorização e uma inflação que corrói, no dia a dia, os seus já mingados ganhos, diante de um custo de vida que poucos estão prontos a suportar por mais um ano.  


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