Cresce número de adeptos da alimentação viva, que prioriza os alimentos crus

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  • Publicado em 26 de outubro de 2016 às 00:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:00
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Consumo de alimentos cruz traz diversos benefícios à saúde: melhora a disposição, o bem-estar e outros

Para muitos, a descoberta do fogão foi considerada o início do ingresso da humanidade na era da modernidade ou da civilização. No entanto, hoje esse conceito está sendo mudado. Um segmento cada vez maior considera que esse eletrodoméstico não é visto mais como o principal aliado na cozinha, e não é tão indispensável quanto defendem seus entusiastas. Os “antifogões” são adeptos de uma tendência chamada crudivorismo, preconizada pelo biólogo francês Pierre Valentín Marchesseau, mentor da Fundação Mundial de Naturopatia. Os preceitos dessa prática afirmam que, como o homem é um organismo vivo, deve igualmente consumir alimentos vivos, que proporcionem uma simbiose energética entre ambos. Dessa prática para o movimento chamado raw food – comida crua -, que surgiu nos Estados Unidos na década de 90 e vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil, foi um pulo. “Não se trata de uma dieta, mas de um estilo de vida em que seus seguidores passam a comer apenas alimentos naturais, orgânicos e, de preferência, crus”, explica a nutricionista Tatiana Mendonça Silva.

Baseada no consumo de verduras, frutas, raízes e legumes crus e frescos, além de castanhas, sementes e grãos geralmente germinados, na alimentação viva os alimentos podem ser aquecidos até 42º C no máximo. Segundo o Instituto Max Planck – organização alemã de pesquisas científicas, ao cozinhar a comida, perde-se 50% das proteínas presentes, 70 a 90% das vitaminas e minerais e até 100% dos fitonutrientes, além de enzimas fundamentais para a boa digestão. “Isso prejudica a assimilação dos nutrientes e a digestão, pois o organismo terá que usar as próprias enzimas para digerir a comida”, esclarece Tatiana, acrescentando que ao reduzir o consumo de alimentos cozidos, processados, ricos em pesticidas, conservantes, açúcares e gorduras, o risco de doenças crônicas como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares é reduzido. “O movimento raw food relembra que somos feitos de nutrientes e que nossa saúde e qualidade de vida depende do que comemos”, reforça.

As vantagens

A nutricionista reconhece que adotar uma alimentação 100% viva é uma prática difícil e muito restritiva, por isso, grande parte de seus adeptos come apenas partes dos alimentos in natura, uma vez que consumindo 80% de alimentos crus – amornados ou desidratados a uma temperatura inferior a 42º C, estará consumindo alimentos com alto teor nutritivo. O consumo de alimentos cruz traz diversos benefícios à saúde: melhora a disposição, o bem-estar e pode até reverter o diabetes. “As fibras e os probióticos – bactérias benéficas presentes nos fermentados – encontrados em abundância na alimentação, garantem a saúde do intestino, que tem a capacidade de melhorar a imunidade e aumentar a produção de serotonina e absorção de vitaminas”, salienta ela. Além disso, com o consumo intenso de vegetais verdes, coloridos, brotos – ricos em clorofila e fitoquímicos – ocorre uma eliminação diária de toxinas e absorção intensa de nutrientes que fornecem bem-estar, saúde e longevidade. “É importante termos a consciência de que nós somos os responsáveis por nossa saúde, mais ninguém”, reforça Tatiana.