CPFL deixa moradores do assentamento na Boa Sorte sem energia

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 15 de outubro de 2020 às 07:22
  • Modificado em 15 de outubro de 2020 às 07:22
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Prejuízos são grandes, relatam moradores, já que estão sem água, energia e alimentação das criações

Além da produção de leite, as cerca de 1,2 mil pessoas que vivem no assentamento criam aves e peixes, além de manterem plantações de verduras

O assentamento 17 de abril, na Fazenda Horto Boa Sorte, em Restinga, possui mais de 1200 pessoas de 170 famílias.

Desde terça-feira o assentamento está sem energia elétrica e isso tem ocasionado muito descontentamento. 

Os prejuízos sem eletricidade é a falta de abastecimento de água, pois a bomba de abastecimento de água não funciona, impedindo higiene pessoal e alimentação das criações. 

Além disso, sem energia não há como conservar o leite que produzem e manter vivos os animais criados no local.

Em nota, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) afirmou que a interrupção ocorreu somente na terça-feira (13) e nesta quinta-feira, mas prometeu enviar equipes ao assentamento para averiguar a rede de distribuição de energia.

Os moradores dizem que também não conseguem ter acesso à água potável, já que o consumo depende de uma bomba de captação movida a eletricidade. Produtor de leite, Aparecido de Lima é um dos moradores que se sente prejudicado.

Os moradores dizem que a energia foi reestabelecida entre segunda-feira (12) e terça-feira, mas por poucas horas. Além da produção de leite, as cerca de 1,2 mil pessoas que vivem no assentamento criam aves e peixes, além de manterem plantações de verduras.

A reclamação dos produtores rurais é a mesma dos comerciantes do assentamento, que também se sentem prejudicados. Eles dizem que diversas mercadorias estão estragando nos freezers desligados, do sorvete à carne.

“A energia está acabando direto. Estou tendo problema com meus consumidores, com sorvete derretendo, refrigerantes ficando ruins. Estou perdendo dinheiro e minha conta de luz vem cara”, diz Wellington Paranho, dono de uma venda na comunidade rural.A falta de energia também prejudica quem está dentro de casa. Grávida de sete meses com duas crianças a tiracolo, Jaqueline Gabriele da Silva cobra atenção da CPFL e pede que o problema no assentamento seja resolvido o quanto antes.

“A maioria dos dias a gente está ficando sem energia. Acaba a energia e acaba a água. Fica sem os dois. A gente é pobre e não tem condições de ficar comprando mistura e jogando fora. É um descaso”, diz.


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