Covid-19: Pesquisa aponta que 69% dos consumidores tiveram perda de renda

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  • Publicado em 2 de junho de 2020 às 08:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:47
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Estudo também verificou que grande parte ainda acredita que atrasará alguma conta

Entre
os dias 5 e 12 de maio, a área de Experiência do Cliente da DMCard aplicou
15.010 entrevistas online para uma pesquisa sobre o comportamento do consumidor
com suas finanças durante a pandemia. 

O estudo apontou que 69% das pessoas
tiveram algum tipo de perda financeira desde o início da quarentena e 62%
acreditam que ainda vão enfrentar algum problema que as obrigará a atrasar o
pagamento de suas contas.

“Nossa
amostra é composta por pessoas que são portadoras de cartão de crédito e nos
permite uma representatividade muito fiel de como anda o bolso desse consumidor
economicamente ativo, se ele sofreu perdas e como o bolo está sendo repartido
para o consumo e pagamento das dívidas mais comuns no dia-a-dia da população”,
explica Sandra Castello, Diretora de Marketing e Pessoas da DMCard.

Consumidor priorizaria pagamento do cartão do
supermercado ao cartão de crédito tradicional

Os
entrevistados foram questionados sobre quais as dívidas que dariam prioridade
em caso de não terem dinheiro suficiente para pagamento em dia de todas elas,
sendo que, nesta questão, puderam citar mais de uma resposta. 

As contas de
consumo como água, luz, telefone e internet ficaram em primeiro lugar, com 31%
de percentual de lembrança.

Em
segundo lugar na prioridade do consumidor está o cartão de crédito do
supermercado, o private label, (29%) e, só então, o cartão de crédito
tradicional (20%). 

Essa ordem de prioridade aponta para um consumidor que está
preocupado em manter seu poder de compra, principalmente do que é essencial, em
manter a comida na mesa. 

O cartão tradicional também pode ser utilizado no
supermercado, contudo, além de não ser acessível a todos, este ainda é
compreendido com um formato que pode ser utilizado para gastos supérfluos, por
impulso, como explica Sandra.

“Além
dessa percepção da importância e peso no orçamento entre os cartões de loja e o
tradicional, há outro fenômeno importante de se observar, principalmente nas
classes mais baixas, que é a atual dificuldade de se conseguir crédito na rede
bancária. Não se trata apenas de uma escolha, muita gente não consegue ter um
cartão de crédito tradicional. Com o atual cenário econômico a rede bancária
acaba reduzindo sua aprovação e esse consumidor, muitas vezes ainda
desbancarizado, acaba migrando para os cartões de loja”.

Na
sequência das dívidas que não seriam tão priorizadas, foram citadas os
financiamentos (11%) e a assistência médica (9%). 

A diretora também explica
como o reflexo do não pagamento de alguma dessas contas na rotina também
interfere na decisão. 

“Com estes resultados, conseguimos identificar uma linha
clara de comportamento. O consumidor prefere pagar primeiro as contas que podem
ocasionar a interrupção de algum serviço que lhe faria muita falta no seu
dia-a-dia. Em segundo lugar, vêm as dívidas que podem tirar deles o poder de
compra, em um momento em que ter crédito é muito importante em caso de
emergências”.

Além do desemprego, contratos foram interrompidos e
ganhos reduzidos

Apenas
26% dos entrevistados afirmaram estar empregados formalmente, com registro em
carteira profissional, e sem nenhum tipo de redução em seus ganhos, enquanto
outros 15% tiveram redução de carga horária e, consequentemente, em seus
rendimentos.

Em
contrapartida, 12% foram totalmente afastados do trabalho ou tiveram seus
contratos interrompidos, e 15% já entraram na pandemia desempregados. 

Os
entrevistados aposentados são 10% dos respondentes e 21% são profissionais
autônomos.

49% pediram o auxílio emergencial, no entanto apenas 15%
já recebeu

O
auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pelo governo foi buscado por 49% dos
entrevistados. 

Considerando apenas esse grupo, 31% deles já recebeu a primeira
parcela.

Um grupo composto por 33% não foram aprovados, outros 19% foram
aprovados mas ainda não receberam e 17% ainda estão aguardando resposta.

Dentre
os 51% que não entraram com o pedido, apenas 1% ainda tem a intenção de
solicitar o auxílio. 

“A demora e problemas no pagamento dessa ajuda do governo
tem reflexo direto no comportamento financeiro, principalmente no pagamento de
dívidas e nas classes mais baixas, nas quais a prioridade é sempre o consumo
alimentar”, destaca Sandra.

Consumidor mais dependente do crédito para abastecer a
despensa

O
estudo também avaliou o uso do cartão de loja do supermercado pelos
consumidores, principal área de atuação da DMCard, realizadora do estudo, e 41%
dos entrevistados afirmaram que um limite maior disponível em seu cartão
private label os ajudaria neste momento de pandemia.

E,
em caso de atraso no pagamento especificamente da fatura desse cartão e
posterior acordo, 45% prefere um desconto e pagar tudo de uma vez, 32% preferem
um parcelamento da dívida e para 23% basta apenas um prazo maior para
pagamento.

A
primeira pergunta de toda a pesquisa era se as pessoas estavam bem de forma
geral, sendo que 92% responderam positivamente.

Também 92% responderam que, de
alguma forma, respeitam o isolamento e 35% já conhecem alguém que foi
contaminado pelo novo coronavírus.

“É
importante entender o comportamento financeiro dessa população economicamente
ativa pois, é somente ouvindo o que pensam que podemos entender suas reais
necessidades e motivações e, assim, encontrar meios que possam ser viáveis para
a sustentabilidade econômica das famílias, das empresas e do nosso país”,
conclui a Diretora de Marketing e Pessoas da DMCard.


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