Controle de gastos e múltiplas tarefas tornam celular mais atrativo

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  • Publicado em 8 de outubro de 2016 às 16:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:58
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Segundo Erly Henrique Silva, da Algar Telecom, a empresa possui 43 mil linhas residenciais em Franca

Segundo Erly Henrique Silva, da Algar Telecom, a empresa possui 43 mil linhas residenciais em Franca (Foto: Ricardo Fernandes)

Há 20 anos, ter um telefone residencial significava mais do que o acesso a um serviço. Era um símbolo de status. Além disso, ter uma linha telefônica era um investimento – naquele tempo não só as linhas podiam ser comercializadas por seus usuários como elas tinham preços diferenciados, dependendo da raridade do serviço em uma determinada área. Mas, nos últimos anos, os inúmeros benefícios proporcionados pelos celulares, como maior controle dos gastos, mobilidade e múltiplas tarefas, tem feito com que a tecnologia tome diversos espaços na vida dos francanos, inclusive o outrora reservado ao telefone fixo. Em Franca, não só cada vez mais gente opta por não ter telefone fixo em casa e concentra sua comunicação no celular como também o percentual de residências que utilizam a telefonia móvel já ultrapassou as que contam com telefone fixo.

Um estudo realizado ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplica – Ipea, reforça isso, já que aponta para a crescente proporção de domicílios brasileiros sem telefonia fixa, hoje em 45,6%. O resultado da pesquisa “Sistema de Indicadores de Percepção Social – SIPS: Serviços de Telecomunicações” indica que a telefonia fixa vem sendo substituída pelo celular. Dos que não possuem telefone fixo no domicílio – quase dois terços, 59,4% substituíram o telefone fixo pelo celular. Segundo o Ipea, a telefonia fixa está presente em 54% dos domicílios brasileiros. Em Franca, são cerca de 78 mil linhas residenciais em funcionamento, divididas entre a Algar Telecom e a NET.

Mesmo número

Uma delas é da funcionária pública Cleide Aparecida Dias, 60 anos, que há 25 anos possui o mesmo número telefônico. “Sou da época que ter uma linha telefone te diferenciava dos demais. Era um artigo de luxo. Com o tempo, se tornou artigo de primeira necessidade, mas com a telefonia celular, hoje, ele quase não toca. Apenas pessoas da família e os mais velhos”, diz Cleide, cujo valor da conta mensal com o telefone fixo não ultrapassa R$ 80. “Ainda usamos muito o fixo, então não me vejo sem ele, mesmo com todas as facilidades oferecidas pelo celular.

Segundo o coordenador regional da Algar Telecom, Erly Henrique Silva, clientes como Cleide é que vêm mantendo o percentual de domicílios com telefone fixo em Franca estável, com leve crescimento. Hoje, só com números Algar Telecom, são 43 mil linhas residenciais. “Apesar do fixo não ser um atrativo hoje em dia para o cliente, a internet que é o serviço de principal interesse para o cliente, utiliza a mesma infraestrutura de redes, e ao contratar o serviço de banda larga ele tem à sua disposição o telefone fixo, que é geralmente pago apenas pelo que é utilizado”, explica. Em razão disso, Erly Henrique reconhece que a usabilidade do telefone fixo tende a cair. Porém, o número de linhas tende a crescer onde o fixo sempre chega junto à internet, que é o serviço alvo, quando fornecido por uma operadora de telecomunicações concessionária, como o caso da Algar Telecom.

As facilidades

No emaranhado de ofertas que deixa qualquer um perdido, a família do administrador de empresas Lélio Araújo Rodrigues fez algumas experiências. “Contratamos um plano de celular em que toda a família falava de graça entre si. Em termos financeiros, concluímos que não fazia mais sentido ter um fixo. O celular estava tão barato quanto. Cortamos o fixo, mas pouco tempo depois instalamos de volta”, conta. O que seria a maior vantagem do celular, a mobilidade, tornou-se o maior inimigo de seus dois filhos adolescentes. “Eles nunca estavam com o aparelho e, quando estavam, a maior parte das vezes fica sem bateria. Tive que voltar para o fixo para conversar com eles em casa”, diz Lélio.

Celulares oferecem uma infinidade de serviços e facilidades, conquistando cada vez mais usuários

Depois de fazer as contas, o professor Saulo Pinheiro, 37 anos, viu que o celular compensa mais que o telefone fixo. “Quando fui morar sozinho, mandei instalar um fixo, mas não demorou para cancelar a linha, já que gastava cerca de R$ 100 por mês com ele e hoje, com três recargas de R$ 13, falo ilimitado com todo mundo, graças às promoções das operadoras”, revela Saulo, que tem um Claro para falar com a mãe e os irmãos e um TIM para se comunicar com a maior parte dos amigos. “Hoje em dia é raro encontrar alguém em casa. É mais prático ligar para o celular das pessoas”, reforça.

Celular x fixo

A disputa entre a telefonia convencional e a móvel vai além das tarifas e apresenta aspectos antropológicos que não podem ser ignorados. Basta observar as pessoas, seja no ônibus, em uma fila ou em uma sala de espera para perceber que o celular é um companheiro multitarefa. “Hoje, mesmo os modelos mais básicos, no mínimo, têm rádio e permitem que o usuário ouça música. A maioria dos aparelhos, entretanto, traz facilidades como câmera fotográfica, TV, acesso à internet e às redes sociais. O celular virou uma extensão das pessoas. Eu mesmo faço tudo através do meu aparelho, inclusive, meu trabalho”, observa o representante comercial Iago da Paz Luz, 33 anos.

Diante disso, Erly diz que a Algar Telecom está investindo massivamente na evolução da tecnologia dos serviços de internet de alta performance com velocidades de 200mb a preços muito acessíveis para qualquer cidadão.  “Além disso, estamos trabalhando na modernização da capacidade de internet em redes móveis para celulares, que tende a crescer exponencialmente nos próximos anos”, adianta.


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