Conta de luz pode ter bandeira amarela ou até verde em dezembro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de novembro de 2018 às 00:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:09
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Com a quantidade das chuvas do mês de outubro, houve melhora nos níveis dos reservatórios

Devido aos índices
de chuva no Brasil dentro da expectativa para o mês de outubro, a bandeira
tarifária da conta de energia elétrica para dezembro dificilmente retornará
para a bandeira vermelha, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), André Pepitone. “Reverter acho difícil, no pior estágio seria
manter a amarela”, disse.

A Aneel pode inclusive analisar a possibilidade de adotar a
bandeira verde no próximo mês.  O estudo levará em conta a melhora nos
níveis dos reservatórios diante da quantidade de chuva no Brasil durante
novembro. Segundo o diretor-geral do órgão regulador, André Pepitone, é preciso
aguardar mais um pouco para avaliar alguns fatores que influenciam o modelo que
determina a escolha da cor da bandeira. 

Entre os fatores está o nível de armazenamento e o GSF- fator
que mede o nível entre a energia produzida pelos geradores do Mecanismo de
Realocação de Energia (MRE) e a soma das garantias físicas deles. É com este
fator que se avalia quanta energia será alocada em cada usina.

Conforme o diretor-geral, as chuvas estão boas e dentro das
expectativas, ainda assim é preciso esperar, porque está no começo do mês, mas
ele acrescentou que o prognóstico é bom. “De acordo com o cenário hídrico que
estamos vivenciando hoje ele se apresenta favorável, mas temos que aguardar
para não fazer um exercício de futurologia”, disse.

Pepitone estimou que após o dia 20 será possível “ter uma
sensibilidade com grande precisão” para definir a cor da bandeira. O
diretor-geral da Aneel participou do 8º Seminário sobre Matriz e Segurança
Energética Brasileira e do 14º Brazil Energy and Power, organizados pela
Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Câmara de Comércio Americana do Rio de
Janeiro (AmCham Rio)

Chuvas

O diretor-geral do Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, disse que está muito feliz com
a quantidade de chuva. Segundo Barata, até setembro as condições climáticas
eram muito ruins tanto no Nordeste como no Centro-Oeste e no Sudeste. O quadro
começou a mudar em outubro. 

Para novembro, as expectativas dos
institutos de clima apontam para boa quantidade de chuva no Rio Paranaíba, o
que deve melhorar também as condições no Rio Tocantins. “Deve começar a subir
também as usinas do Rio Tocantins e mais para a frente a sinalização é que os
rios do Norte, Madeira e Xingu, também vão ter uma condição boa”, disse, após
participar do encontro de energia.

Outra previsão que anima Barata é o
fenômeno El Niño entre moderado e fraco. De acordo com o diretor-geral do ONS,
isso é positivo, porque deve vir acompanhado de chuva na média ou pouco acima
disso no Nordeste, enquanto na Região Sul a previsão é de chuva intensa. 

“Quando estávamos em setembro a nossa
perspectiva era terminar o período seco na faixa dos 14% ou 15% (dos
reservatórios) no Sudeste. No Nordeste, a previsão era terminar acima de 20%,
não por causa da chuva, mas principalmente por causa da estratégia de controle
de vazão. No Sudeste, estamos entre 19% e 20%, principalmente porque continua
chovendo e de forma abundante na Região Sul. Se nós vínhamos em junho, julho,
agosto e setembro com o fluxo de energia da Região Sudeste para a Região Sul, a
partir de outubro passamos a ter o fluxo do Sul para o Sudeste. Esse é que foi
o grande diferencial”, disse.


+ Economia