Consumo excessivo de mídias sociais está ligado a doenças mentais

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de junho de 2018 às 02:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Jovens que usam redes sociais em excesso podem apresentar algum tipo de distúrbio mental

Quanto tempo por dia
você passa nas redes sociais? Talvez seja hora de repensar esse hábito.

No Brasil, 5,8% da
população (ou 11,5 milhões de pessoas) sofrem de depressão, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso é mais do que a média mundial, que é
de 4,4% (ou 322 milhões de pessoas).

No Reino Unido,
cerca de um quarto dos adultos foram diagnosticados em algum momento com
distúrbio psiquiátrico, o que custa à economia cerca de 4,5% do PIB por ano.

Essas doenças têm
muitas causas, mas segundo pesquisadores, quando apresentadas em jovens, estão
ligadas ao consumo em excesso de mídias sociais.

Pesquisa realizada
em 2017 pela Royal Society for Public Health indica que os britânicos de 14 e
24 anos acreditam que Facebook, Instagram, Snapchat e Twitter têm efeitos
prejudiciais sobre o seu bem-estar.

Em média, eles informaram que essas redes sociais deram a eles
espaço extra para a auto expressão e a construção de comunidades. Mas os jovens
também afirmam que as plataformas exacerbaram a ansiedade e a depressão, privando-os
do sono, expondo ao bullying e criando preocupações sobre sua imagem corporal. Estudos acadêmicos descobriram que esses problemas
tendem a ser particularmente graves entre os usuários frequentes das redes
sociais.

Sean Parker, um dos
fundadores do Napster e ex-presidente do Facebook, admitiu que a rede social
funciona “explorando uma vulnerabilidade na psicologia humana”.

De fato, um experimento
de cinco neurocientistas em 2014 concluiu que o Facebook aciona a mesma
parte impulsiva do cérebro que o jogo e o abuso de substâncias. No entanto, é
difícil provar que ficar obcecado com curtidas e comentários causa doenças
mentais, e não o contrário.

O esforço mais convincente foi uma pesquisa que acompanhou um grupo de 5.208
americanos entre 2013 e 2015. Verificou-se que o aumento de atividades nas
redes sociais foi associado à diminuição futura na saúde mental. A cada
semana, os pesquisadores perguntavam aos usuários se estavam felizes ou tristes
com a quantidade de tempo que gastavam em várias plataformas.

Quase 63% dos usuários
do Instagram relatam se sentirem derrotados, uma parcela maior do que qualquer
outra rede social. Eles gastam uma média de quase uma hora por dia no aplicativo.
Os 37% que estão felizes gastam em média pouco mais da metade do tempo.

A taxa de felicidade é
muito maior para o FaceTime (91%), um aplicativo de videochamada e ligações
telefônicas (84%).


+ Comportamento