Consumo de importados cresce 17% após três anos de queda, aponta CNI

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de março de 2018 às 12:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:37
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Estudo revela que, de cada 100 produtos vendidos no Brasil em 2017, 17 eram importados

Depois de três anos
de queda, o consumo de produtos importados cresceu em 2017 no Brasil. De acordo
com dados divulgados nesta quinta-feira, 15 de março, no estudo Coeficientes de
Abertura Comercial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de cada 100
produtos vendidos no Brasil no ano passado, 17 eram importados.

Em 2013, 18,2% dos produtos vendidos no mercado interno eram
estrangeiros. Desde então, esse percentual caiu, chegando a 16,4% em 2016. Em
2017, subiu para 17%.

Os importados também voltaram a ganhar participação no total de
insumos utilizados pela indústria. Em 2013, a participação desses produtos era
de 26,1%. Em 2014 começou a cair, chegando a 22,5% em 2016. Em 2017, foi
de 23,5%.

Além do aumento de importados, a participação dos produtos
exportados manteve-se praticamente constante, interrompendo uma sequência de
altas que vinha desde 2015. O coeficiente de exportação da indústria de
transformação passou de 15,7% em 2016 para 15,6% em 2017.

O coeficiente mede a importância das vendas externas para o
setor. Em 2017, a indústria de transformação registrou aumento de 3,6% do
volume produzido, acompanhado de crescimento menor do volume exportado (2,3%).
Com isso, o coeficiente recuou 0,1 ponto percentual, o que corresponde a uma
redução de 1,2%.

Real é valorizado diante do dólar

O aumento da participação dos importados no mercado nacional e a
perda da importância das exportações na produção da indústria decorrem “da
recuperação do consumo interno e da valorização do real diante do dólar”,
diz a economista da CNI, Samantha Cunha, em nota divulgada pela
confederação. 

Segundo a CNI, o crescimento da demanda repercute nas importações
e na produção para o mercado doméstico, aumentando sua importância relativa
para a indústria. A apreciação do real estimula as importações e desestimula as
exportações. Entre 2015 e 2017, o real valorizou 13,4% frente à cesta de moeda
de seus principais parceiros comerciais. 

O estudo, disponível no site da CNI, apresenta os resultados de
quatro coeficientes: o de exportação, que mede a participação das vendas
externas no valor da produção da indústria de transformação; o de penetração de
importações, que acompanha a participação dos produtos importados no consumo
brasileiro; o de insumos industriais importados, que aponta a participação dos insumos
industriais importados no total de insumos industriais adquiridos pela
indústria de transformação; e o de exportações líquidas, que mostra a diferença
entre as receitas obtidas com as exportações e as despesas com a importação de
insumos industriais, ambas medidas em relação ao valor da produção.


+ Economia