Consumo de energia cresceu 0,8% em 2017, diz Comitê do Setor Elétrico

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de março de 2018 às 09:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:36
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É a primeira vez que o consumo volta acrescer depois de dois anos consecutivos de queda

O Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) afirmou na última quarta-feira, 07 de
março, que o consumo total de energia elétrica no país voltou a crescer em
2017, fechando o ano com crescimento de 0,8%. Esta é a primeira vez que o
consumo volta a crescer depois de dois anos de queda. Ainda assim, o CMSE destacou
que o percentual de consumo está no mesmo patamar de 2014.

A maior alta, de 1,1%, foi registrada junto aos consumidores
industriais, que atingiram crescimento igual ao de 2016. Já o consumo
residencial expandiu 0,8% e o do setor de Comércio e Serviços 0,3%. Para o
período de 2018-2022, a projeção de crescimento médio anual de consumo de
energia é de 3,9%.

Situação dos reservatórios

Em reunião anterior, o comitê, que é responsável por analisar as
condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional,
destacou que, com exceção da Região Sul, as chuvas em janeiro foram inferiores
à média na maior parte do Brasil.

Ao analisar o cenário de abastecimento dos reservatórios das
usinas hidrelétricas, o comitê disse que o mês de fevereiro fechou com chuvas
superiores à média nas bacias dos rios Doce, São Francisco, Xingu, Madeira e
Tocantins. Entretanto, as chuvas foram deficitárias nas bacias dos rios Grande,
Paranaíba, Iguaçu, Uruguai e Jacuí.

Segundo o comitê, a energia armazenada nos reservatórios
verificada ao final do mês foi de 37% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste,
73,5% no subsistema Sul, 26,3% no Nordeste e 62,1% no Norte. A nota destaca
que, para o fim do mês de março, os valores de armazenamento esperados são de
44,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 64,1% no Sul, 36,9% no Nordeste e 66,5% no
Norte.

Ainda durante a reunião desta última quarta-feira, o CMSE disse
que para os próximos sete dias esperam-se precipitações mais abundantes nas
bacias dos rios São Francisco, Doce, Tocantins e Xingu. Nas bacias dos rios
Grande, Paranaíba, Madeira, Itaipu, Iguaçu, Uruguai e Jacuí há previsão de
chuvas predominantemente inferiores à média histórica. “O cenário mais provável
de previsão para a segunda semana é de continuidade de maiores acumulados
pluviométricos nas bacias do São Francisco, Doce, Tocantins e Xingu. No rio
Madeira, assim como nas bacias da Região Sul, as precipitações serão próximas
ou levemente inferiores aos valores históricos. Deverá chover abaixo da média
nas bacias dos rios Grande e Paranaíba”, disse o comitê em nota.

Rio
São Francisco

O CMSE disse que a política de redução na vazão nos
reservatórios das usinas de Xingó e Sobradinho, localizadas na bacia do Rio São
Francisco, vai permanecer com vistas à preservação dos estoques armazenados. Em
quase 90 anos de medição oficial, a armazenagem dos reservatórios chegou a
ficar, no ano passado, abaixo dos 7%, na maior seca da Bacia Hidrográfica do
Rio São Francisco já registrada.

Segundo o comitê, as ações desenvolvidas vão possibilitar manter
todas as usinas hidrelétricas acima de seus armazenamentos mínimos operacionais
até o final do período úmido em abril de 2018. “A expectativa de armazenamento
ao final do mês de março de 2018 é de 38,9% na UHE [Usina Hidrelétrica] Três
Marias e de 48,3% na UHE Sobradinho, o que indica nível de armazenamento melhor
que no ano 2017”, disse o CMSE.


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