Conheça quais são as maiores dificuldades alimentares da infância

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de abril de 2019 às 11:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:31
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A família é a principal responsável pela formação do hábito alimentar da criança, por isso é preciso atenção

Dados de estudos demonstram que cerca de 50% das crianças na
faixa etária pré-escolar apresentam alguma dificuldade alimentar. Em uma
pesquisa com mães brasileiras, por exemplo, 91% procuraram o pediatra com a
queixa “meu filho não come”.

As deficiências nutricionais da criança podem ser atribuídas a uma
alimentação inadequada como um todo – e, consequentemente, com carência de
nutrientes de modo geral – ou ao aporte inadequado de um nutriente específico
(zinco, ferro, fibras).

As causas vão de hábitos desequilibrados aos efeitos negativos
deflagrados por alguma doença ou incapacidade.

Em todo o mundo, crianças com dificuldades alimentares representam um
problema significativo. Ora, elas necessitam de energia e nutrientes para seu
rápido desenvolvimento nos primeiros anos de vida.

Crianças que passam um tempo longo sem uma nutrição completa e
balanceada não raro apresentam déficit de crescimento e comprometimento do
desenvolvimento cognitivo, além de uma deficiência das funções imunológicas,
com maior risco de doenças infecciosas.

Definindo problema alimentar na infância

Muitos
termos já foram usados para determinar esses transtornos. O termo dificuldade
alimentar engloba qualquer quadro que afete negativamente o processo pelo qual
os pais ou responsáveis fornecem alimento ou nutrição às crianças.

Essa
expressão pode ser considerada um termo “guarda-chuva”, que comprova a grande
diversidade das condições que afetam o processo alimentar. Ela inclui todo o
espectro de problemas alimentares leves a graves, além de uma ampla gama de
causas (problemas orgânicos, do desenvolvimento, comportamentais de dinâmica
familiar), e as consequências que impactam no estado nutricional, no
crescimento, no relacionamento entre pais e filhos…

Na
maioria das situações, as dificuldades alimentares têm vários fatores que
desencadeiam seu aparecimento e a sua persistência. A interação entre a
criança, a comida e a pessoa que a alimenta gera múltiplas combinações de
fatores de risco:


O alimento pode não ser apropriado para a etapa de desenvolvimento da criança
ou não é balanceado do ponto de vista nutricional


A criança tem um temperamento mais sensível, dificuldades sensoriais e doenças
orgânicas


As pessoas que alimentam a criança não atentam para os sinais de fome/saciedade
nem criam um ambiente apropriado à alimentação. Elas podem também ser
excessivamente controladoras ou, ao contrário, pouco envolvidas

Há,
portanto, vários tipos de dificuldade alimentar:

1. Falta de apetite por doença orgânica: inapetência
causada por alguma doença (alergias alimentares ou doença celíaca, por
exemplo), com sinais e sintomas sutis que às vezes passam despercebidos em um
exame de rotina.

2. Inapetência por interpretação equivocada dos pais: os familiares acham que a criança não come o
suficiente, embora um apetite modesto possa ser apropriado ao tamanho e às
necessidades nutricionais dela.

3. Falta de apetite em uma criança agitada:
ela se distrai facilmente da refeição para brincar ou interagir com alguém.
Essas crianças são espertas, ativas e curiosas, e estão mais interessadas no
ambiente do que na comida.

4. Inapetência em uma criança apática e retraída:
a perda do apetite faz parte do quadro geral de retraimento ou até
depressão.

5. Alimentação altamente seletiva:
objeção radical e persistente a certos alimentos. A recusa é relacionada às
características particulares, como sabor, textura, odor ou aparência. Essa
rejeição ultrapassa a resistência normal a novos alimentos.

6. Medo da alimentação: fobia
intensa à simples perspectiva de se alimentar e forte resistência a qualquer
tentativa nesse sentido. A criança pode desenvolver o medo da alimentação
depois de passar por alguma experiência oral negativa ou assustadora, como um
engasgo grave ou uma intubação oral.

Normalmente
os perfis mais comuns são:

Alimentação altamente seletiva

Inapetência por agitação

Interpretação equivocada dos pais

A
família é a principal responsável pela formação do hábito alimentar da criança.
Os pais devem ser o exemplo, mantendo uma rotina de refeições saudáveis e não
utilizando barganhas e chantagens.

É
importante saber que as dificuldades alimentares são comuns em crianças
pequenas e podem persistir por toda a infância. A boa notícia: a maioria dos
quadros é leve e costuma ser tratado com sucesso pelo pediatra e pelo
nutricionista.


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