Conheça 9 das mulheres mais poderosas do Brasil, segundo lista da Forbes

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de novembro de 2017 às 13:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:26
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Revista Forbes publica a lista das mulheres mais poderosas do Brasil, com Luiza Helena Trajano, de Franca

​Elas são poderosas porque ergueram ou administram grandes organizações. 

São poderosas porque formam opiniões, ditam a moda e inspiram atitudes. 

Trabalham e lutam por mais educação, mais saúde, mais justiça e igualdade.

A reportagem completa – com os perfis das 40 mulheres – você lê na nova edição de Forbes Brasil, disponível nas bancas.

Ana Maria Diniz, presidente do Instituto Península

Ana Maria Diniz, presidente do Instituto Península (Foto: Tomas Arthuzz)

Desde 2010, o Instituto Península representa a atuação social da família Diniz. Um dos focos é a formação de professores, e para isso mantém parcerias com o MEC, secretarias de Educação e ONU. “Adotamos uma faculdade pequena, que tinha 150 alunos. Hoje são 1.300 – e já formamos 28 mil professores”, conta Ana Maria, filha do empresário Abilio Diniz, ao falar sobre o Instituto Singularidades. “O professor de hoje tem que mudar seu papel. Ele não é mais o detentor de conteúdo, ele é um mediador que vai ajudar a criança a trilhar seu caminho de evolução. A mágica acontece quando o professor consegue ser uma inspiração para os alunos.” O curso de pedagogia do Singularidades tirou nota máxima no Enade e, por dois anos seguidos (2015 e 2016), o instituto venceu o prêmio Top Educação na categoria de melhor instituição de ensino de pós-graduação para docentes.

Ana é conselheira e fundadora de vários movimentos ligados à educação. Um deles é o Parceiros da Educação, que incentiva empresários a adotar escolas públicas. “Adotar”, ela explica, significa ajudar na gestão (dando ferramentas e ensinando conceitos de gestão aos diretores de escolas), treinar e desenvolver professores (“orientamos os parceiros a colocar 80% dos recursos nesse pilar”), melhorar a infraestrutura e as instalações e, por fim, promover o envolvimento da escola com a comunidade. Só em São Paulo, o programa atua em mais de 260 escolas, impactando 85 mil alunos e 4 mil professores.
Ela também atua na iniciativa privada em várias frentes, de escolas de dança à geração de energia renovável.

Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana 

Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana (Foto: Aline Arruda)

Herdeira da família que fundou o banco Itaú, desde cedo ela decidiu: faria o que pudesse por uma transformação social no país. Ao lado do irmão Alfredo, em 1994, aos 20 anos, fundou o Alana, ONG que atua em várias frentes, com foco nas crianças.

O Alana mapeia projetos educacionais inovadores com potencial de impacto em suas comunidades. “Formamos uma rede de escolas e educadores que fazem um trabalho incrível nas suas cidades”, diz Ana. O projeto Escolas Transformadoras compartilha suas práticas com outras, espalhando “a semente da mudança”. “Não enxergamos a criança apenas como o futuro. Elas estão aqui, são o presente. Um mundo melhor para elas é um mundo melhor para todos.”

Chieko Aoki, fundadora e CEO da Blue Tree Hotels

Chieko Aoki, fundadora e CEO da Blue Tree Hotels (Foto: Tomas Arthuzzi)

Ela dedicou metade de sua vida ao ramo do turismo. Aos 69 anos, a nipo-brasileira passou por altos cargos em algumas das maiores redes hoteleiras do mundo antes de fundar, em 1997, a Blue Tree Hotels.

Foi uma longa caminhada. “Hoje, você vê mulheres diretoras, vice-presidentes, presidentes… Quando comecei, só tinha homens nesse meio. Eu estava sempre sozinha, comia com a cabeça abaixada”, lembra. Mas ela soube reverter esse quadro. Hoje, Chieko comanda uma rede com 23 hotéis e resorts próprios.

O grupo lançou um plano-piloto chamado Blue Tree Digital, que visa deixar quase todas as questões burocráticas do hotel, como informações pessoais e cartão de crédito, no celular do cliente. Assim, quando ele chegar, só precisa pegar a chave (ou cartão) na recepção. “É a tecnologia móvel voltada à governança. O foco é o conforto do cliente, além de ser um processo de redução de custos. Podemos colocar os funcionários para atender diretamente os hóspedes e não ficarem parados na recepção.”

Antenada, Chieko também está de olho no público jovem. “O mercado tem que inovar. As novas gerações são voltadas à emoção, à experiência. Se não há impacto, eles acham que não vale a pena pagar”, argumenta.

Estratégias como essa têm funcionado. Mesmo em anos de recessão, a Blue Tree tem crescido. Neste ano, de janeiro a setembro, a rede registrou aumento de 7% na receita.

A executiva acompanha tudo de perto. Na cultura japonesa, servir é um ato de nobreza da alma – e Chieko trouxe esse valor ao Brasil. Durante um Réveillon, alguns anos atrás, um de seus hotéis em Angra dos Reis ficou sem luz, depois de uma forte chuva. Ela foi à recepção para receber os hóspedes e até ajudou a tirar água dos quartos. Este ano, “depois de tantos anos servindo”, ela se deu conta de que o brasileiro tem vocação para cuidar. “Outro dia, um hóspede não estava se sentindo bem e pediu remédio. Alguém da minha equipe se preocupou e o levou ao hospital. Ele teve até que ser operado”, conta.

Este ano, diz ela, foi movimentado. “O Videocamp (plataforma de filmes online) se consagrou como uma plataforma global que viabiliza a exibição de filmes gratuitos em qualquer espaço. É lá que disponibilizamos nossas produções. Já alcançamos mais de 800 mil pessoas em 90 países, sempre levantando debates sobre temas importantes.”

Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank

Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank (Foto: Forbes)

Segundo o Procon, os bancos estão entre os maiores alvos de queixa dos consumidores. Em vez de ser mais uma na multidão reclamando, Cristina Junqueira optou por lançar uma solução e criou o Nubank, fintech que mudou a relação dos consumidores com o cartão de crédito.

Fundado em 2013, o Nubank recebeu cerca de US$ 180 milhões em investimentos, a maior parte vinda da Sequoia Capital, de onde também veio um dos sócios de Cristina, o colombiano David Vélez. O terceiro sócio é o americano Edward Wible.Cristina tem graduação e mestrado em engenharia da produção pela Escola Politécnica da USP. Após passagem pelo Boston Consulting Group, foi para os EUA fazer um MBA na Northwestern University/Kellog School of Management.

De volta ao Brasil, passou por várias áreas do Itaú Unibanco até se tornar a superintendente mais jovem da corporação, aos 25 anos. “Mas chegou um momento em que eu olhava para a frente e não via o nível de impacto que gostaria de ter.” Pediu demissão e, dois meses depois, conduzia as conversas com Vélez e Wible em torno do produto disruptivo que pretendia criar.

O cartão Nubank tornou-se conhecido por não exigir renda mínima e por ser uma experiência totalmente digital. “As pessoas diziam que revolucionamos o mercado, mas agora é que começa a revolução de verdade”, diz a empreendedora sobre a NuConta, conta corrente digital recém-lançada e que transforma de vez o Nubank em um banco digital.

Donata Meirelles, diretora de Estilo da Vogue Brasil

Donata Meirelles, diretora de Estilo da Vogue Brasil (Foto: Forbes)

Ela está fazendo 30 anos de moda. Apesar de, nos últimos meses, ter entrado de cabeça no mundo dos eventos com a Vogue, diz que não sabe como vai comemorar. Donata é diretora de estilo da revista há cinco anos, desde que voltou de um período sabático para recompor as energias gastas em 23 anos de Daslu – loja de luxo da qual nunca foi sócia, gosta de esclarecer. “Eu era cliente, virei vendedora e, quando o Plano Collor abriu as importações, passei a escolher as marcas internacionais que a Daslu ia trazer ao Brasil”, conta.

Quando voltou, foi convidada pela hoje diretora-geral da Globo Condé Nast, Daniela Falcão, para o cargo, que não existia no Brasil. “Minha missão era trazer o olhar da leitora para a revista. Não sou jornalista, mas, como tinha muitos anos no mercado de moda, acho que me saí bem”, diz Donata.

Este ano, o desafio foi “pensar fora da casinha” para gerar receita a partir da força da marca. Ela conta que foi criada, para isso, uma plataforma de eventos pela qual ela e a equipe viajam o Brasil fazendo ações e palestras. “Em um desses eventos, num shopping de Goiânia, foram 70 mil pessoas num único dia.” Os lojistas também participam e criam ações paralelas. “O faturamento desse dia só perde para o Natal.”

Flávia Bittencourt, diretora geral da Sephora Brasil

Flávia Bittencourt, diretora geral da Sephora Brasil

Flávia dirige a Sephora Brasil há três anos e, desde novembro de 2016, assumiu também o cargo de vice-presidente sênior da América Latina. A marca faz parte do grupo LVMH, maior rede multimarcas de beleza do mundo. 

Formada em engenharia química pela UFRJ, em marketing pela ESPM e com MBA pela Dom Cabral, ela acumula 20 anos de experiência, inclusive nos “universos masculinos” do mercado financeiro e telecom. 

Ela conta que o maior desafio, este ano, foi “superar o cenário econômico e continuar crescendo, batendo o recorde do número de pontos de venda”. Sobre a igualdade de gêneros, afirma: “É uma mudança cultural que já está acontecendo em muitas corporações, mas está longe do ideal. Na Sephora contamos com muitas mulheres em altos cargos e temos projetos globais que auxiliam o público feminino, como o Accelerate, programa de aceleração para donas de empresas de beleza”. 

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza (Foto: Forbes)

Ela chegou sorridente ao estúdio onde seria fotografada para a capa desta edição. Devia estar contente com a homenagem de FORBES, mas certamente estava feliz porque, no dia anterior, havia sido divulgado o resultado do terceiro trimestre de sua empresa, o Magazine Luiza.

Nada mau: foi o maior crescimento trimestral dos últimos cinco anos – R$ 3,4 bilhões de vendas, um aumento de 27% no período. O lucro líquido quadruplicou: R$ 92 milhões, o maior da longa história da rede. O e-commerce, que está transformando a companhia em uma grande plataforma digital (o Magalu) –, cresceu 55%. O sucesso é tamanho que houve espaço para a inauguração de 30 lojas físicas nos primeiros nove meses do ano.“

Atender o cliente pela internet e entregar na loja física é algo que todo mundo está tentando fazer, e nós saímos na frente. Os resultados estão surgindo”, explica Luiza. E logo emenda o assunto no Mulheres do Brasil, grupo que fundou há quatro anos com o objetivo ambicioso de mudar o país.

“Sou apaixonada pelo Brasil. Toda segunda-feira, em nossas 800 unidades, a gente canta o hino nacional. Sempre acreditei no nosso potencial”, conta. Em outubro de 2013 ela se reuniu com outras 39 empresárias e executivas de vários setores para formalizar propostas e ações. Nascia o Mulheres do Brasil. “O grupo atua em 15 frentes, tanto as voltadas para as mulheres, como a de violência, quanto as de interesse geral (saúde, educação, cultura). Fazemos tudo em parceria com instituições e ONGs que já atuam nessas áreas”, explica. Aquelas 40 mulheres já são hoje 8 mil – inclusive em Portugal, na França e na Finlândia, onde o modelo está sendo implantado. “Queremos ser o maior grupo político apartidário do país.” Ela descarta, porém, a possibilidade de se candidatar a qualquer cargo político.

Rachel Maia, CEO da Pandora no Brasil

Rachel Maia, CEO da Pandora no Brasil (Foto: Forbes)

Rachel tinha um diploma em Ciências Contábeis da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) quando começou a trabalhar na 7-Eleven, empresa americana com uma cadeia de lojas de conveniência em vários países, nos anos 1990.

Quando a companhia deixou o Brasil, ela usou o dinheiro da rescisão para “investir em mim mesma”. Foram dois anos em Vancouver, no Canadá, onde estudou inglês e administração.

“O conhecimento é poder, é inclusivo e é compartilhável”, empolgou-se Rachel, que separa pelo menos um mês por ano para novas especializações, como cursos de liderança e negócios na USP, Harvard Business School e Fundação Getulio Vargas.

Quando voltou ao Brasil, tornou-se gerente financeira da Novartis, grupo farmacêutico onde trabalhou por quatro anos, um deles nos EUA.

Apaixonada por arte e especialmente por Pablo Picasso, ela estava em Nova York quando decidiu voltar a São Paulo impulsivamente para conhecer a filha do pintor, Paloma Picasso, que estava lançando uma linha de joias com a Tiffany & Co., uma das joalherias mais tradicionais do mundo.

Foi ali, em 2000, que caiu no mundo do luxo por acaso. Abordada por um headhunter, descobriu que a empresa buscava uma mulher especializada em contabilidade e capaz de falar inglês.

Apesar de não ter interesse na área, aceitou fazer o processo seletivo, que mesmo com a clara preferência por mulheres incluía diversos homens – ainda era difícil, na época, encontrar quem preenchesse todos os requisitos.

. Selecionada, Rachel acabou passando sete anos como CFO da Tiffany & Co. no Brasil até ser abordada novamente, dessa vez por representantes da Pandora, que lhe ofereceram o cargo de CEO e a missão de instalar a empresa – que faturou cerca de US$ 3 bilhões globalmente em 2016 – no país.

Sonia Racy, Jornalista e apresentadora

Sonia Racy, jornalista e apresentadora (Foto: Marcelo Spatafora)

Há quase três décadas no Estadão, onde edita a coluna Direto da Fonte, Sonia Jubran Racy sonhava ser aeromoça, cursou administração, mas enveredou pelo mundo da escrita, com passagens por Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Folha de S.Paulo. 

Entre os inúmeros reconhecimentos recebidos ao longo da carreira está, em 2011, um Prêmio Esso de Jornalismo – o maior do setor – pela reportagem sobre a quebra do banco Panamericano. 

Desde o final do ano passado, com a eleição de João Doria para prefeito de São Paulo, assumiu a apresentação do programa Show Business, na Band, no qual já entrevistou uma infinidade de presidentes e integrantes de conselhos das maiores companhias brasileiras, como Artur Grynbaum, do Grupo Boticário, Alfredo Setubal, da Itaúsa, Carlos Jereissatti, do grupo Iguatemi, e Abilio Diniz, da BRF.


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