Confiança do empresário do comércio atinge nível mais baixo em um ano

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de agosto de 2018 às 12:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:58
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Pelo 4º mês seguido, índice medido pela CNC apresentou queda – 72% dos empresários viram piora na economia

A confiança do empresário do
comércio na economia brasileira apresenta queda pelo quarto mês seguido. O
indicador, divulgado nesta terça-feira, 28 de agosto, pela Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu o nível mais
baixo em dois anos.

De acordo com a entidade, o Índice de Confiança do
Empresário do Comércio (Icec) registrou 103,7 pontos em agosto – foi o mais
baixo desde agosto do ano passado, quando ficou em 103,1. Na comparação com
julho, o indicador teve redução de 2,5%, na série com ajuste sazonal.

O levantamento mostrou que 72% dos empresários do varejo
consideram que houve deterioração significativa do cenário econômico brasileiro
nos últimos meses.

Segundo o chefe da Divisão
Econômica da CNC, Fabio Bentes, esta percepção se deve à conjuntura econômica
do país, que não mostra sinais efetivos de recuperação. “A desvalorização do
real, o ritmo fraco do mercado de trabalho, as pressões de custos e o cenário
externo mais desfavorável têm levado a economia e o comércio a um ritmo de
crescimento mais fraco nos últimos meses”, avaliou o porta-voz da entidade.

Para calcular o Icec, a CNC apura os dados junto aos tomadores de
decisão das empresas do varejo. A amostra da pesquisa é composta por
aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do país.

Expectativa em baixa

A pesquisa mostrou que a expectativa do empresário em relação ao
desempenho econômico do País também atingiu, em agosto, seu menor patamar dos
últimos 12 meses. Este indicador ficou em 133,7 pontos. “A elevada incerteza do cenário político a menos de um
mês e meio do primeiro turno das eleições nos leva a projetar um crescimento
menor das vendas no segundo semestre”, apontou Bentes.

Além disso, o levantamento da
entidade mostrou que o subíndice que captura a avaliação das condições
correntes da economia encolheu 6,1% na passagem de julho para agosto e, pela
primeira vez em mais de dois anos, retrocedeu no comparativo anual (-2,6% ante
agosto de 2017). 

Avanço
nas vendas

Mesmo com o cenário retraído, a CNC prevê avanço de 3,2% no
volume de vendas do varejo na segunda metade do ano ante o mesmo período de
2017. Na análise da entidade, é “um resultado também frustrante, porém
mais do que suficiente para garantir o aumento do faturamento real do setor pelo
segundo ano consecutivo”.


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