Comunidade científica mundial põe fim ao padrão físico do quilograma

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 16 de novembro de 2018 às 20:34
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:10
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O quilograma era o último definido por um objeto físico, um cilindro conhecido como o “Grande Quilo”

A comunidade
científica mundial aprovou nesta sexta-feira, 16 de novembro, a maior revisão
do Sistema Internacional de Unidades (SI) desde sua instauração em 1960, com a
redefinição de quatro de suas sete unidades e o abandono do padrão físico do
quilograma.

A partir de 20 de maio de 2019, Dia Mundial da Metrologia,
quando entrará em vigor o novo sistema, a unidade básica de peso não estará
definida pelo cilindro guardado há 130 anos nos arredores de Paris, que será
substituído agora por uma fórmula matemática.

A resolução foi aprovada por unanimidade pelos delegados dos 60
Estados-membros do Escritório Internacional de Pesos e Medidas com direito a
voto no fechamento da 26ª Conferência Geral, após três dias de debates. “Este congresso ficará na história como o maior evento para
a metrologia porque marca uma transformação radical no sistema-base para a
ciência e o intercâmbio econômico global”, afirmou durante a conferência o
presidente da Academia de Ciências da França, Sébastien Candel.

O quilograma era o último sobrevivente definido por um objeto
físico, um cilindro de platina e irídio conhecido como o “Grande
Quilo” que, segundo os cientistas, tinha perdido, por motivos
desconhecidos, 50 microgramas.

A partir de agora, o quilo será definido em relação à constante
de Planck, central na teoria da mecânica quântica e que deve o nome a um de
seus pais, o físico e matemático alemão Max Planck.

Junto à unidade básica de massa, o congresso também acordou a
redefinição de outras três unidades em função de constantes universais
invariáveis: o ampère, o kelvin e o mol, enquanto o metro e a candela não
mudam, mas terão suas definições reformuladas.

A revisão adotada hoje fornecerá maior precisão em âmbitos como
a administração de remédios, análises médicas, sistemas de navegação por
satélite e competições esportivas e garantirá trocas comerciais mais
equitativas no mercado mundial.


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