Computador consegue detectar melhor câncer de pele que dermatologistas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de maio de 2018 às 13:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
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Sistema de inteligência artificial foi submetido a mais de 100 mil imagens de lesões e pintas para distinguir

Um computador conseguiu detectar melhor do que
médicos dermatologistas o câncer de pele, anunciou uma equipe de pesquisadores
nesta terça-feira, 29 de maio.

Especialistas da Alemanha, França e Estados Unidos
testaram esse sistema de inteligência artificial que foi submetido a mais de
100 mil imagens de lesões e pintas na pele para que pudesse distinguir entre
benignas e alarmantes.

Os resultados do computador foram comparados com os
de 58 especialistas médicos de 17 países. “A maioria dos dermatologistas
fez pior” do que o computador, escreveram os pesquisadores na revista
Annals of Oncology.

Com uma simples fotografia de 100 casos julgados
complicados, os médicos identificaram corretamente, em média, 87% dos melanomas
que lhes foram apresentados. 

A porcentagem aumentou para 89% ao examinar planos
maiores e ter informações detalhadas (idade e sexo do paciente, localização da
lesão da pele). Mas a máquina fez melhor, com 95% dos melanomas detectados a
partir da primeira série de fotografias.

O computador não apenas “perdeu menos
melanomas”, como também “cometeu menos erros no diagnóstico de melanomas
em pintas benignas”. Algo que permitiria “reduzir as operações
desnecessárias”, ressaltou o professor Holger Hänssle, da Universidade
Alemã de Heidelberg, em um comunicado.

Para os pesquisadores, não se trata de dispensar os
médicos em benefício da inteligência artificial, mas de fazer disso um
“instrumento complementar”. “Atualmente, nada pode substituir um exame
clínico em profundidade”, lembraram dois professores australianos em
Dermatologia, Victoria Mar e Peter Soyer, em um comentário publicado junto ao
estudo.

Segundo o Centro Internacional de Pesquisa sobre o
Câncer, órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), 232 mil casos de melanoma
maligno são identificados anualmente no mundo, resultando em 55 mil mortes.

Esse tipo de câncer “pode ser curado se for
detectado precocemente, mas muitos casos não são diagnosticados até que o
câncer esteja mais avançado e seja mais difícil de tratar”, segundo os
pesquisadores.


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