compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Pesquisa mostra como substâncias presentes em determinados legumes e verduras podem ajudar a prevenir a doença
Cientistas dizem ter
descoberto por que algumas verduras e legumes – incluindo repolho, brócolis e
couve – podem reduzir o risco de câncer no intestino.
Que os chamados vegetais crucíferos são bons para o
intestino, nunca houve dúvida, mas a explicação sempre foi evasiva.
Uma equipe do Francis Crick Institute, centro de
pesquisa biomédica, em Londres, descobriu que substâncias químicas
anticancerígenas são produzidas quando legumes e verduras desta categoria são
digeridos.
E, de acordo com a ONG britânica Cancer Reserch UK, dedicada a
combater a doença, há muitas razões para consumirmos mais esses alimentos.
A pesquisa se concentrou em investigar como verduras e
legumes alteram o revestimento intestinal, a partir da análise de camundongos e
intestinos em miniatura criados em laboratório.
Assim como a pele, a superfície do intestino é
constantemente regenerada, em um processo que leva de quatro a cinco dias.
Mas essa renovação permanente precisa ser rigidamente
controlada, caso contrário, pode levar ao câncer ou inflamação intestinal.
E o estudo, publicado na revista científica
“Immunity”, mostra que substâncias químicas presentes em vegetais crucíferos
são vitais nesse processo.
Da cozinha para a prevenção do câncer
A substância é modificada pelo
ácido gástrico à medida que continua sua jornada pelo sistema digestivo.
Na parte inferior do intestino, ela pode alterar o
comportamento das células-tronco, que regeneram o revestimento intestinal, e
das células imunes que controlam as inflamações.
O estudo mostrou que dietas ricas em Indol-3-Carbinol
protegiam os ratos do câncer, mesmo aqueles cujos genes indicavam um risco
muito alto de desenvolver a doença.
Sem a alimentação protetora, as células do intestino se
dividiam descontroladamente.
Os sintomas de câncer de intestino incluem sinais
persistentes de:
– sangue nas fezes;
– alterações nos hábitos intestinais, como ir ao banheiro com mais
frequência;
– dor na barriga, inchaço ou desconforto.
A pesquisadora Gitta Stockinger diz que as descobertas são “motivo
de otimismo”. “Mas certifique-se de que eles não cozinhem demais, nada de
brócolis empapado”, recomenda. Ela reduziu a quantidade de carne que consome e
come agora muito mais legumes e verduras. “Com esse estudo, vimos como os
mecanismos moleculares desse sistema funcionam”, completa.
“Esse estudo em camundongos sugere que não é apenas a fibra
presente em legumes e verduras, como brócolis e repolho, que ajuda a reduzir o
risco de câncer de intestino, mas também as moléculas encontradas nesses
vegetais”, diz o pesquisador Tim Key, do Cancer Research UK. “Estudos
mais aprofundados ajudarão a descobrir se as moléculas desses alimentos têm o
mesmo efeito nas pessoas. Mas, enquanto isso, já existem muitos bons motivos
para se comer mais verduras e legumes”, acrescenta.