Como proceder caso encontre ou seja vítima de picada de escorpião

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de julho de 2018 às 21:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:52
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Artrópode foi responsável pela morte de 184 pessoas no Brasil em 2017, a maioria em SP e MG

As picadas de escorpião já são responsáveis por mais
mortes no Brasil do que as picadas de cobra.

Encontrados em áreas urbanas, os escorpiões se
reproduzem com facilidade e costumam se abrigar da luz escondidos sob pedras,
entulhos, lenha, material de construção, encanamentos, dentro de calçados e
roupas, no interior das casas e em seus arredores.

Responsável por 184 mortes no Brasil em 2017, o escorpião ultrapassou as
serpentes no topo do ranking de animais peçonhentos que mais matam no Brasil,
de acordo com dados do Ministério da Saúde. No mesmo ano, foram registrados 105
casos de morte por veneno de cobra.

De 2013 para cá, aumentou em 163% o número de óbitos causados por esse
artrópode; naquele ano, eram apenas 70. A proporção no aumento das mortes é
muito maior do que a dos casos notificados de escorpionismo, ou seja, situações
em que o escorpião injeta veneno em uma pessoa através do ferrão, sem
necessariamente levá-la à morte. Eles somaram 125.156 no ano passado, diante de
78.363 em 2013, um aumento de quase 60%.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais exibem a situação mais alarmante
nas tabelas do Ministério da Saúde. Ambos registraram, respectivamente, 26 e 22
mortes por picada de escorpião em 2017.

Os escorpiões são carnívoros. Alimentam-se de insetos, como cupins,
grilos e baratas (especialmente), mas podem sobreviver longos períodos sem
comida e sem água.

Quais os sintomas da picada

Segundo a médica Ceila Malaque, do hospital Vital
Brazil, logo após o acidente ocorre dor no local da picada, que pode ser de
forte intensidade ou, em alguns casos, apenas uma sensação de formigamento no
local da picada. “Com menor frequência, a pessoa que sofreu a picada pode
apresentar manifestações como: vômitos, suor pelo corpo todo, aumento dos
batimentos cardíacos, salivação aumentada, falta de ar, pressão arterial baixa.
Essas manifestações sistêmicas aparecem de minutos a poucas horas após a
picada. Essas alterações sistêmicas são observadas com maior frequência em
crianças que em adultos”.

Como é feito o tratamento

O tratamento depende das manifestações que o paciente apresenta. No caso
do quadro local, que é a grande maioria, o tratamento é voltado para controlar
a dor, e as medicações utilizadas dependem da intensidade da dor.

Malaque explica que nestes casos não há necessidade de administrar o
antiveneno (o soro específico). Somente quando o paciente apresenta as
manifestações sistêmicas o antiveneno está indicado, além de outras medidas de
suporte à vida.

Não existe tratamento caseiro para a picada de escorpião.

Aplicação de gelo

Sobre o gelo, um método divulgado na internet, Malaque faz um alerta:
“O gelo não deve ser utilizado no local da picada porque piora a dor. O
uso de calor local (morno e não quente) às vezes pode auxiliar no manejo da
dor”.


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