Comer pouco sal é tão prejudicial quanto o exagero, mostra estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de agosto de 2018 às 01:23
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:56
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Quantidade muito baixa de sódio no organismo pode agravar ou ocasionar doenças cardiovasculares

Uma nova pesquisa
aponta que consumir níveis muito baixos de sal, abaixo de 5 gramas ao dia, pode
ser tão prejudicial à saúde quanto seu exagero, pois aumenta os riscos de
doenças cardiovasculares.

O corpo humano precisa de sódio, mas a quantidade
necessária é baixa – principalmente fora de lugares de clima muito quente, onde
transpirar significa perder sal com facilidade –, e o efeito de níveis baixos
no organismo não é tão claro. “Enquanto a pouca ingestão de sódio reduz a
pressão arterial, em níveis muito baixos pode ter outros efeitos, incluindo
elevações adversas de hormônios associados ao aumento no risco de morte e
doenças cardiovasculares”, disse Andrew Mente, professor da McMaster
University, no Canadá. “Nossos corpos precisam de nutrientes
essenciais, como o sódio, mas a questão é o quanto.”

Dietas muito salgadas
são relacionadas com pressão arterial mais alta e maior número de acidentes
vasculares cerebrais. E isso é visto com mais frequência em comunidades que
consomem acima de 12,5g de sal por dia, como na China, onde o molho de soja é
usado excessivamente. 

De acordo com o jornal The Independent, nenhum país
já conseguiu reduzir a ingestão média de sal para adultos (abaixo do
limite de 5 gramas por dia), recomendado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). 

Segundo o novo
estudo, 80% dos chineses violam o limite de ingestão de sal, enquanto 84% de
outras nações ficam no limite “moderado”. Além disso, problemas
cardiovasculares diminuíram onde as pessoas estavam comendo mais potássio, que
é abundante em frutas, nozes e vegetais.

Para alguns especialistas, no entanto, esta nova
pesquisa deve ser criticada. “O que é controverso neste artigo é a
sugestão de que pode ser prejudicial e, portanto, não vale a pena diminuir a
ingestão tão baixa quanto a recomendada pelas diretrizes da OMS”, afirmou
Tom Sanders, professor do King’s College, no Reino Unido.

 “O aumento do risco de doenças cardíacas
observado naqueles com menor consumo de sódio não deve ser por causa de uma
relação causal, pois não existem mecanismos conhecidos que possam explicar esta
observação.”

Já Graham Macgregor professor de medicina
cardiovascular na Queen Mary University, foi mais direto. “As evidências
mostram que a redução da ingestão de sal leva a uma queda nos eventos de
doenças cardiovasculares, a causa mais comum de morte e incapacidade em todo o
mundo”, comentou. 


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