​Com a Lei Anti Bullying, escolas estão implantando aula de educação emocional

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 17:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:35
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Pesquisas mostram que instituições
que adotam a Educação Emocional
têm redução no nível de violência

Augusto Cury é o autor mais lido nos últimos anos (Foto: Ricardo Fernandes/Izzon)

Escolas, pais e alunos estão se preparando para a volta às aulas, período de enriquecimento intelectual, que também traz à tona alguns desafios relacionados a questões emocionais, entre elas, o bullying. O assunto ganha mais repercussão a partir de agora, devido à sanção da Lei Anti Bullying, que passa a vigorar a partir de 9 de fevereiro. 

O principal objetivo do Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) é promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância mútua. A lei determina ainda que é  dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying).

Para enfrentar esses desafios do dia a dia escolar, cerca de 700 escolas em todo o Brasil inseriam em sua grade curricular uma nova disciplina que ensina crianças e adolescentes a lidar melhor com as emoções. A nova disciplina faz parte de um programa educacional desenvolvido pela Escola da Inteligência, método criado pelo psiquiatra Augusto Cury, considerado o autor mais lido da década, com livros publicados em 70 países. A metodologia é fundamentada na Teoria da Inteligência Multifocal, que busca a educação das emoções e da inteligência. 

Um dos principais resultados do trabalho aplicado em sala de aula foi a redução de casos de bullying. De acordo com o resultado de uma pesquisa aplicada a participantes do programa, 96% dos alunos apresentaram melhorias nas suas habilidades intrapessoais, que contemplam autoestima, ansiedade e timidez. E, com a autoestima fortalecida, os alunos ficam menos suscetíveis às ofensas, humilhações, discriminações, apelidos negativos e pichações depreciativas, que caracterizam  o bullying.  

Outro resultado satisfatório mostra que 92% dos alunos apresentaram melhorias em seus relacionamentos. Desta forma, ao se aproximarem dos colegas, passam a respeitá-los, não mais apontando as diferenças, e sim o que os torna semelhantes. Os resultados também incluem maior participação da família dos alunos neste processo de evolução e 92% dos professores afirmaram que houve melhoria em sua qualidade de vida tanto profissional quanto pessoal. 

“A metodologia se baseia nos estudos do de Augusto Cury que revelaram uma grande preocupação no que se refere à grade curricular tradicional das instituições de ensino. As escolas concentram seus esforços em formar alunos excelentes, que se tornarão profissionais competentes, porém, muitas vezes sem aptidão para lidar com as próprias emoções, o que poderá de tornar um empecilho para o desenvolvimento profissional”, explica Bruno Oliveira, superintendente do Grupo Educacional Augusto Cury.

O material do Programa Escola da Inteligência desenvolve os aspectos preventivos com foco na esfera educacional, trabalhando a autoconsciência, o mapeamento emocional, a autoimagem positiva e elevada, entre outros benefícios que permitirão prevenir problemas como a violência, intolerância, depressão e administração de conflitos.

No início do ano letivo, os professores são capacitados para aplicar o programa que tem a duração de dois semestres. Professores, alunos e pais recebem o material com as lições e as aulas da Escola da Inteligência. A aula da Escola da Inteligência é inserida na grade curricular como se fosse uma disciplina, assim como o português e a matemática, e acontece uma vez por semana. Neste momento, professores e alunos dialogam de forma horizontal sobre conflitos, medos, angústias, trocam histórias e conversam de forma a aproximar e fortalecer o vínculo da relação entre os alunos e o professor.  


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