Com isolamento, venda de bebidas alcoólicas através de delivery disparam

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de abril de 2020 às 11:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:38
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Setor registrou crescimento de até 50% na demanda via delivery; choperias de Franca oferecem o serviço

​Sem mesas de bares e de restaurantes para se reunir e pedir a cerveja gelada ou o vinho para acompanhar um bom prato, os consumidores em isolamento social se concentram em pedir mais uma pela internet. 

E-commerces e deliveries de bebida registram em tempos de coronavírus um aumento de até 50% na demanda.

Francachoperias cervejas artesanais

Hora de tomar uma

A expectativa é que pedidos online podem ganhar um novo espaço quando a quarentena acabar. “O isolamento mostra que é prático e em conta pedir bebida em casa”, diz Jéssica Gordon, presidente de uma startup de entrega de bebidas.

Dentro de casa

De acordo com a pesquisa da Abrabe encomendada à KPMG no fim de 2019, 61% do consumo de bebidas alcoólicas acontecia em locais de convívio social, com bares, baladas e restaurantes.

O impacto no setor de bebidas gerado pelo novo coronavírus será parecido ao que aconteceu em 2016, avalia Angélica Salado, gerente de pesquisa da Euromonitor.

Entre 2015 e 2017, o país passava por uma crise econômica, e o consumo de bebidas foi deslocado das mesas de bares para dentro das casas com o objetivo de aliviar as contas no fim do mês.

No entanto, naquela época, mesmo com a mudança no perfil de consumo, ainda era possível ir a bares e restaurantes, diz Salado. 

“O consumo dentro de casa que estamos tendo hoje não é o suficiente para suportar o impacto do vírus”, conta.

Para a gerente de pesquisa, pequenas empresas de bebidas podem não sobreviver, enquanto as de grande porte devem acompanhar a demanda dos consumidores e apostar na produção de rótulos que são mais requisitados para superar a crise. 

“Também é necessário uma boa estratégia digital, voltada para o ecommerce e para o delivery”, diz.

A perspectiva para o setor é de uma recuperação lenta, afirma. 

Antes da Covid-19, a Euromonitor esperava que recuperação do impacto de 2016 chegaria em 2022. Com o avanço da doença, a perspectiva é que os níveis pré-crise voltem entre 2023 e 2024.


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