Caso inflação fique em 4,2%, cortes na Selic podem ser interrompidos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 10:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:34
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Se houver mudanças no cenário, pode haver nova redução moderada, segundo Copom

O
ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, pode ser interrompido na
próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC),
em março. De acordo com a ata da última reunião, divulgada na manhã dessa
quinta-feira, 15 de fevereiro, o Copom afirma que “caso o cenário básico evolua
conforme esperado, o comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção
do processo de flexibilização monetária”, ou seja de redução da Selic. Na
reunião realizada nos dias 6 e 7 deste mês, a taxa básica foi reduzida para
6,75% ao ano, no 11º corte seguido.

Entretanto, o Copom ressalta que essa “visão para a
próxima reunião” pode se alterar e levar a uma redução moderada adicional na
taxa, se houver mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos.
O Copom afirmou que seus próximos passos continuam dependendo da evolução da
atividade econômica e das expectativas para a inflação.

Para o Copom, a inflação deve ficar em torno de
4,2%, em 2018 e 2019. A meta de inflação para 2018 é 4,5% e para 2019, 4,25%.
Nos dois anos, há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo
ou para cima do centro da meta. Em 2017, a inflação fechou o ano abaixo do
centro da meta (4,5%) e do limite inferior (3%), em 2,95%.

Para alcançar a meta, o BC usa como principal
instrumento a taxa a Selic. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a
demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros
básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. “Todos os membros do Copom, composto pela diretoria do BC,
concordaram que a recuperação da economia apresenta maior consistência. Nesse
contexto, entendem que, à medida que a atividade econômica se recupera, a inflação
tende a voltar para a meta”, diz a ata. O Copom reiterou que devido aos atuais
níveis de ociosidade da economia, revisões pequenas na intensidade de
recuperação do país não levariam a mudanças na trajetória esperada para a
inflação.

Na análise para decidir sobre a taxa Selic, o Copom
informou que levou em consideração as oscilações recentes dos preços de energia
elétrica e dos combustíveis.

O comitê também avaliou que “uma frustração das
expectativas sobre a continuidade das reformas” como a da Previdência” e
“ajustes necessários” na economia brasileira podem afetar prêmios de risco
(retorno adicional aos investidores por correr maior risco de calote) e elevar
a trajetória da inflação.


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