Com aumento de 2.532%, interior paulista enfrenta escalada de coronavírus

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de maio de 2020 às 21:56
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:41
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Das 150 cidades que já registraram mortes no Estado, 114 (76%) estão fora da região metropolitana de São Paulo

Chegou a vez do interior paulista enfrentar uma escalada nos casos do novo coronavírus como já acontece na região metropolitana de São Paulo. 

Dados divulgados pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado mostram que, no período de 3 de abril a 1º de maio, o número de casos cresceu 2.532% no interior, enquanto na região metropolitana o crescimento foi de 625%.

Conforme o especialista em geografia da saúde e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Raul Guimarães, está havendo uma aceleração no número de casos novos, atingindo os municípios menores.

“O risco de faltar capacidade de atendimento hospitalar para os casos mais graves é grande”, alertou.

O avanço do vírus aconteceu de forma muito rápida no Estado, segundo ele. Em pouco mais de 40 dias, de 17 de março a 30 de abril, quando apenas 9 cidades da região metropolitana tinham casos, o número no Estado saltou de 164 para 28.693. Já as mortes subiram de 1 para 2.375.

Os dados mostram que a doença se espalhou por todo o território paulista, com casos confirmados em 332 dos 645 municípios, sendo que 293 (88%) estão no interior e litoral. 

Das 150 cidades que já registraram mortes, 114 (76%) estão fora da região metropolitana de São Paulo.

Para o pesquisador da Unesp, quanto menor é a taxa de isolamento social, maior tende a ser a progressão do vírus. 

Foi o que aconteceu na região de Bauru, onde o índice caiu de 55% para 50% e os casos aumentaram 390%, de 39 para 191. 

Guimarães defende que as medidas para evitar aglomerações e contatos sociais precisam ser mais rigorosas. 

“Infelizmente, não construímos as condições para a flexibilização do isolamento social. Pelo contrário, em poucas semanas teremos de ser ainda mais duros para tentar frear a aceleração no contágio.”


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