Cobrança social leva os homens a comportamento de risco, diz relatório

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de janeiro de 2020 às 14:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:14
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Documento “Masculinidade e Saúde na Região das Américas”, diz que homens vivem 5,8 anos menos que mulheres

O relatório Masculinidade e Saúde na Região das Américas, divulgado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), mostra que a expectativa de vida dos homens é 5,8 anos menor que a das mulheres. 

O documento destaca as expectativas sociais dos homens de serem provedores de suas famílias, terem condutas de risco, serem sexualmente dominantes e evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda.

Tais situações estão contribuindo para maiores taxas de suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, bem como para doenças crônicas não transmissíveis.

Ricardo Amaral, médico psiquiatra e professor colaborador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, explica que o que mais impacta a sobrevivência do homem na juventude são as causas externas, como acidentes e violência. 

Ele recorda que os primeiros dados, obtidos em 1940, mostravam que a curva de morte do homem era mais ou menos igual ao longo de toda a vida. 

Os dados atuais mostram que, hoje em dia, é quase quatro vezes maior a probabilidade de morte a partir dos 15 anos de idade até por volta dos 25/30 anos. 

A partir dos 60 anos, cigarro e bebida podem afetar de forma mais incisiva a qualidade da saúde.

Os homens ainda dão menos atenção à saúde se comparados às mulheres. Esse é um fator cultural. São necessárias ações para reverter esse quadro. 

Amaral diz que “os homens precisam saber mais e entender a respeito dos riscos que eles correm, e que eles podem ser prevenidos”.  O médico lembra que “muitos homens ainda acham, por exemplo, que a depressão é coisa de mulher”.

(Fonte: Jornal da USP)


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