Cobrança de bagagem no avião pode incentivar viagens de ônibus pelo país

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  • Publicado em 24 de maio de 2017 às 10:08
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:12
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Cada empresa passa a ter sua própria tarifa adicional, que varia de R$ 30 a R$ 260, encarecendo a passagem

A
nova regra da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que permite a cobrança
pelo despacho de bagagem pelas companhias aéreas brasileiras, está em vigor
desde o dia 29 de abril. Cada empresa terá a sua própria tarifa adicional, que
varia de R$ 30 a R$ 260, e procedimento de cobrança, que fará com que o passageiro
informe à companhia aérea antecipadamente sobre sua escolha para evitar custos
adicionais.

Apesar
da medida ter sido aprovada para a oferta de passagens aéreas mais baratas, as
empresas possuem políticas distintas quanto a nova medida e não garantem o
barateamento das passagens, não deixando claro qual será o real benefício da
mudança ao consumidor. Enquanto isso, o transporte rodoviário mantém o preço
total inalterado e continua com a gratuidade do despacho de duas bagagens de
até 30Kg cada uma. Dessa forma, o mercado rodoviário torna-se ainda mais
competitivo e reforça seu valor para o turismo brasileiro.

Devido
às novas regras cada companhia poderá fazer as cobranças da forma que desejar.
Com isso, algumas cias aéreas já definiram regras e cobrarão por bagagem de
mão, incluindo no valor da passagem o despacho de malas até 23kg, outras terão
opções de passagens com direito a apenas a bolsas e mochila. Desta forma, uma
viagem de avião de São Paulo para o Rio de Janeiro pode custar cerca de R$ 600
(somente ida), um valor 550% mais alto do que uma passagem rodoviária, que
custa em torno de R$ 90 (o trecho) com todas as taxas incluídas.

“Acreditamos
que a mudança no aéreo poderá levar mais pessoas a considerarem o rodoviário
como a melhor opção de transporte. Haverá um período de adaptação tanto das
empresas aéreas quanto do consumidor, que terá que planejar com mais
antecedência se irá despachar uma mala, além de maior burocracia no check-in.
Por outro lado, o transporte rodoviário continua se modernizando, oferecendo
mais conforto nos ônibus, além de ter o preço mais acessível sem cobranças
adicionais. Com essa decisão do setor aéreo, o rodoviário pode ser uma opção
ainda mais interessante para o consumidor que não estiver disposto a gastar
mais tempo e dinheiro para despachar uma mala”, afirma Cesário Martins,
CO-CEO e fundador da ClickBus.

A
crise econômica refletiu em uma migração maior para o rodoviário já que, com o
orçamento reduzido, brasileiros tiveram que enxugar gastos e buscar
alternativas econômicas em todas as frentes, especialmente no modal da viagem.
Essa mudança pode acelerar a migração de passageiros do setor aéreo para o
rodoviário. A duração da viagem de avião é menor, mas há muitos benefícios de
viajar de ônibus que superam essa questão para muitos passageiros, como o
custo, a localização das rodoviárias comparada à dos aeroportos e a facilidade
da compra online antecipada, que pode ser parcelada em até 12x.


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