Cientistas testam método capaz de prever resposta a antidepressivo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de abril de 2018 às 20:32
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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Estudo mostra que monitoramento de região do cérebro pode ajudar a avaliar pacientes

Em estudo publicado no
“JAMA Psychiatry”, cientistas acreditam ter encontrado um método para
prever quais pacientes vão ter alta ou baixa probabilidade de responder ao
tratamento com antidepressivos. O artigo está disponível on-line e deve ser
publicado em junho de 2018.

Na pesquisa, a equipe de cientistas do Hospital McLean
(EUA) descreve que a atividade de uma área específica do cérebro, a ACC (sigla
em inglês para “córtex singulado anterior”), pode ajudar a medir se,
no início do tratamento com antidepressivos, os pacientes com depressão vão ter
benefícios no longo prazo.

A região ACC tem a forma de colar e está envolvida em
áreas como o controle da pressão arterial e batimentos cardíacos. Alguns
estudos também associaram a região ao circuito de funções mais complexas, como
a tomada de decisões.

Um dos maiores desafios da
medicina é a medição da eficácia de tratamentos para doenças complexas como a
depressão. A condição envolve questões multifatoriais, que vão desde a genética
ao meio que um indivíduo vive; por esse motivo, não são todas as pessoas que
respondem 100% a tratamentos com antidepressivos.

Para chegar a essa conclusão, cientistas testaram 300
pacientes que fazem uso do medicamento sertralina em quatro locais diferentes
nos Estados Unidos. “Nós mostramos que o ACC rostral [região do cérebro]
conseguiu mostrar se o paciente estava respondendo ao tratamento oito semanas
depois”, diz Diego Pizzagalli.

O pesquisador considera que,
com base nessa resposta, médicos poderiam prever qual paciente irá se
beneficiar do medicamento no longo prazo. Em estudo anterior, os cientistas já
haviam observado que, quanto maior a atividade dessa região antes do início do
tratamento, melhor a resposta clínica de antidepressivos.

Um próximo passo do estudo é a combinação desses dados
com outros — como informações de psicoterapia, dados clínicos e demográficos.
Um outro passo é a avaliação da possibilidade de uma nova droga capaz de
atingir especificamente essa área.


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